quarta-feira, 16 de maio de 2007

[história 026: Quem tem boca grande. fala o que não deve falar]

Ontem eu saí do emprego numero um e fui resolver coisas do emprego numero dois – emprego esse que eu comento muito pouco. Não se preocupem não tem nada haver com prostituição ou trafico de drogas, meu sonho que fosse, pelo menos eu ia ficar muito rico, ok. Eu fui à Secretaria de Educação fazer umas ligações etc e tal. Conversando com o secretario que estava precisando de um cadeado no infocentro [emprego 2] por que os moleques da rua estavam desligando o padrão com tudo ligado dentro, a coitada da mulher que trabalha limpado, outro dia resolveu limpar de noite e de repente tudo ficou escuro, a mulher coitada quase deu um enfarto de susto e me avisou do fato, para não perder 10 computadores eis que eu fui atrás de um cadeado pra trancar o padrão. O secretario disse que lá não tinha cadeado, mas que eu ligasse para o secretario de obras publicas e transporte que ele mandaria a ordem para eu comprar numa das lojas de material de construção daqui. Pois bem, foi exatamente o que eu fiz. Eis a ligação:

[ triim... triiim... triiiiim ]

– Alô?
– Eu gostaria de fala com o secretario de obras.
– É ele falando.
– Ah, oi Sr. Fulano, é Jarbas.
– QUEM?
Jarbas.
– QUEM? Eu não estou escutando nada.
– É JARBAS.
– Ah, pode falar meu filho.
– É que nós estamos precisando de um cad...
– O QUE? Não testou escutando nada.
– Nós estamos precisando de um cadeado no info...
– Cadeado pra QUE?
– Para o padrão do infocentro.
– Padrão de ONDE???
– DO INFOCENTRO.
– Mas por que você quer um cadeado para o padrão do infocentro?
– É porque os moleques estão desligando o padrão.
– QUEM tá desligando o padrão?
– Como eu vou saber?! O povo da rua.

[* letras maiúsculas significam gritos.]

Essa lutou durou mais ou menos uns dez minutos, até ele entender que eu era Jarbas e que eu queria um cadeado para colocar no padrão do infocentro e que tinha gente [vândalos] desligando o padrão com todos os computadores ligados dentro.
Uma coisa eu tenho que explicar: na cidade pequena todo mundo conhece todo mundo, por exemplo; aqui o prefeito é meu padrinho, o secretario de educação é um grande amigo, o secretario de obras é meu vizinho de frente, daí você imagina, aqui você peida na praça de baixo quando você sobre tudo mundo já tá sabendo na praça de cima, pior quando aumentam, aí você peida na praça de cima e dizem que você cagou nas calças na praça de baixo – relevem, por favor, essa exemplificação com excremento sólido e gasoso humano é porque eu sempre uso ele pra falar o nível de fofoca daqui, mas vocês entenderam ?
Voltando a história: Quando eu desliguei o telefone, meus nervos estavam tão alterados, eu estava tão estressado que eu falei alto: "Como coloca uma pessoa semi-analfabeta pra trabalhar numa secretaria da prefeitura". Quando eu olho pra atrás, adivinha quem estava atrás de mim ouvindo tudo? O filho do secretario de obras, meu vizinho. Eu fiquei totalmente bege, onde estava o buraco pra eu cair dentro? Eu quis morrer na hora, eu tinha me esquecido que ele trabalhava lá, pra que eu fui abrir minha boca grande.?!

[ Quando eu contei pra Sandro ele disse: "Isso que dá falar antes de pensar!". Ui! ]

Não sei como eu enrolei o filho do cara, só sei que no fim foi ele mesmo quem foi pegar o cadeado com o pai dele e trouxe pra mim, se ele escutou até agora ninguém veio falar comigo, aqui rezando pra Deus pra continuar assim na paz. Pior de tudo vai ser olhar pra cara do homem quando sair na porta de casa.

Moral da história: Nunca xingue alguém com parentes perto, é bom pra você e pra todos os seus dentes.

3 comentários:

  1. Entendo sua dor... Eu já falei mal de professora com a tal atrás de mim, depois fiquei torcendo para ela achar que era sobre outra pessoa...

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  2. Podes crer!!!
    alem de semi analfabeto o cara e surdo tbm
    uhahaua
    ja aconteceu algo parecido comigo!

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  3. ["exemplificação com excremento sólido e gasoso humano"]
    kHAkHSkAHskAhskuAHskAUhskAUshkus...
    Ameiii!
    [:P]

    bY* SaNdY*

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agora me conte você…