domingo, 28 de dezembro de 2008

história 163: como eu cheguei no paraná

agora que eu estou em Curitiba, e é claro que a viagem foi um caso à parte, e eu não poderia passar batido e deixá-los sem saber o que aconteceu. eu fui de ônibus porque, digamos assim, não tinha dinheiro para as passagens de avião. segui abaixo o "diário" que eu escrevi durante a viagem.


diário de bordo - bahia/paraná uma odisseia sob rodas.



sexta-feira | 11:40
o ônibus começa a sair do ponto. entre lágrimas e amigos vejo as ultimas paisagem de minha cidade. comemoro o ônibus executivo que apareceu no lugar o pau-de-arara que eu imaginei que viria. os sentimentos são agridoces.

sexata-feira | 13:21 | cândido sales
primeira parada, almoço. desço do ônibus e sou roubado, como eu pude pagar R$ 4,15 numa latinha de pepsi e uma garafinha de água, que viaja nesse país? tem um rapaz comendo farofa de frango ao meu lado, não vou mentir que o cheiro é bom, mas não esperava ver oclichê. no ônibus ao lado tem um homem branco com a boca preta olhando profundamente pra mim, juro a boca dele é preta mesmo está me dando medo.

sexta-feira | 14:16 [15:16]
estamos oficialmente no estado de minas gerais, a partir de agora estou oficialmente no futuro, aqui tem horário de verão.

sexta-feira | 17:10 | algum lugar em minas gerais
o ar-condicionado e algumas correias do ônibus estão quebradas, estamos parados no meio do nada, estou com fome e só tem pimentinha para comer.

comentário pornô nº #1.: o motorista é um tesão, olhos verdes e forte.

da janela consigo ver duas das senhoras que estavam aqui no ônibus tentando achar um lugar para fazer xixi no meio do mato. começa a chover, e parece que o ônibus vai ter substituído.

sexta-feira | 17:19 | algum lugar em minas gerais
o ar condicionado volta a funcionar... parou de novo!

sexta-feira | 18:49 | algum lugar em mina gerias
o mecânico chegou para concertar o ônibus, finalmente! os outros passageiros saiem do ônibus para ver o concerto.

comentário pornô nº #2.: tem um rapaz com uma bunda enorme passando por mim toda hora, dá gosto de olhar, mas estou agoniado com o tamanho da bunda dele.

sexta-feira | 19:11 | alguma lugar em minas gerais
o ônibus finalmente saí, mas nada de ar-condicionado. está calor, muito calor! ao menos estamos na estrada outra vez.

sexta-feira | 19:47 | saindo de alguma lugar em minas gerais
parada para jantar.

sexta-feira | 20:06 | alguma lugar com padre no meio do nome [ainda minas gerias]
o ônibus começa a pegar fogo! sim, fogo mesmo! estava lindamente comendo o salgadinho quando alguém gritou: "o ônibus está pegando fogo!" só pensei em salvar meu notebook e nada mais. o motorista gostosão apagou o fogo do ônibus com um instintor.

sexta-feira | 20:12 | alguma lugar com padre no meio do nome [ainda minas gerias]
chega a noticia de que o ônibus será substituído. eba! \o/ pára! não anime-se muito, bee! vão levar 4 hrs no minino pra o ônibus chegar. acho que meia noite o ônibus chegará aqui!

sábado | 01:39 | alguma lugar com padre no meio do nome [ainda minas gerias]
começa uma briga verbal entre o motorista e um dos passageiros sobre a demora do próximo ônibus chegar. tô achando isso tudo muito chato, quero dormir e não acho que o motorista tem algo haver com o atraso do ônibus.

sábado | 02:11 | alguma lugar com padre no meio do nome [ainda minas gerias]
finalmente chega o ônibus da substituição. no bagageiro tem as bagagens mais absurdas que uma pessoa poderia levar, dizem os passageiros que uma mulher está levando um fogão e um tem cara levando 50 quilos de requeijão, dá para acreditar?

sábado | 08:35 | são paulo
parada para o café da amanhã. durante a madrugada o motorista foi substituído, mas ele nem é bonito assim, na verdade ele não é nada bonito. o ônibus novo está rodando bem, acho que chegaremos na rodoviária tiete até a três da tarde.

sábado | 11:52 | novo paraíso | são paulo
parada para o almoço. tanto tempo sem conversar está me deixando meio maluco e eu começo a ter pensamentos estranhos com o turco de 28 cm depênis.

sábado | 22:10 | rodoviária tieté | são paulo
chegamos finalmente em são paulo, já não aguentava mais ficar dentro de um ônibus. três malas na mão buscarei um elevador para comprar minha passagem para curitiba.

sábado | 23:15 | rodiviária tieté | são paulo
passagem comprada, estou diante do portão 14 esperando meu ônibus chegar. meu ônibus sai às 23:40 serão mais seis horas até curitiba, um dia eu chego lá, né?!

sábado | 23:20 | rodoviária tieté | são paulo
meu deus, o ônibus chegou e chegou 10 minutos adiantado, estamos no brasil? isso realmente é o sul começando a se manifestar. tem vários orientais ao meu redor.

domingo | 06:02 | curitiba | paraná
finalmente eu cheguei. a temperatura é de 14 °C e todo mundo ao meu redor é branco. estou me sentindo num clipe de hip-hop americano sou um daqueles negões rodeados de loiras. daqui pra frente, vou te contar...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

TREMEDAL

leia o titulo novamente. Tremedal, nome estranho, não é?! não é nome de remédio, não é nome cientifico de doença e muito menos nome de uma verminose, é o nome de minha cidade. lá se vão quase dois anos de blog e hoje é a primeira vez que eu toco no nome de minha cidade. achei necessário essa "revelação" faltando exatos 1 dia e 20 minutos para eu, finalmente, ir embora daqui. sim, bee! eu tô arrumando as minhas malinhas e fazendo a linha retirante, vou pra o sul. Curitiba será minha nova casa. [frio na barriga mode on]

dessa cidadezinha de 21 mil habitantes, onde aparentemente, tudo acontece [comigo], que eu me despeço amanhã às 11 hrs da manhã; serão 32 hrs de viagem de ônibus [coragem] tudo reportado aqui logo mais, claro! e eu nem sei o que dizer, nem tenho muito o que dizer. amei e odiei essa cidade e as pessoas daqui com todas as minhas forças. deixo-a, mas não abandono os meus que [ainda] estão aqui. muita gente vai me deixar saudades... principalmente minha mãe, mas como diriam os franceses: c'est la vie! [tecla sap: é a vida!]

... e sobre Curitiba? nada! sem planos, [tentando] criar expectativas. o que tiver de ser, será. sempre é! e nada mais a declarar.

esse texto está começando a ficar filosófico e chato demais. agora tudo sabe onde eu moro, joga no google e boa sorte! [risos] só sei de uma coisa: si no interior da bahia minha vida é do jeito que é, me imaginem solto numa capital! [cof. cof. cof.]

aqui, alí ou lá, não importa o lugar, vou te contar...

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

história 162: o velho, a fila e eu

eu sou um eterno defensor dos direito humanos, dos bons costumes, da lei e da moral – chega que está começando a exagerar. falando serio, tem coisa melhor no mundo que uma pessoa vir até você e pedir "com licença", esbarrar em você no supermercado e dizer: "desculpa", "foi mal" ou "eu não tive intenção"? ter educação é uma das coisas primordiais para o bom convívio entre as pessoas, não é? eu também acho que fila tem que dar prioridade para maiores de 60 anos, gestantes e deficientes físicos. e é sobre filas que eu quero falar.

eu estava lindamente na fila do banco, esperando ser atendido pelo gerente, uns cinco pessoas à minha frente, cinco ou seis atrás, de repente ele chegou, menos de um metro e sessenta, olhou pra mim e de baixo para cima, a boca murcha mexeu-se e ele disse: "eu estou aqui na sua frente!". meu sangue ferveu na hora, minha pomba-gira cantou para descer e eu minha vontade era tomar da fúria do soraya e fazer o bas-fond, básico, dentro do banco, mas eu não me manifestei, por respeito aqueles cabelos brancos oleosos à minha frente.

porque tinha que ser eu, o escolhido para o velho entrar na frente? quer fazer valer os direito vá direto no gerente, caixa, sei lá o que e diga que tem mais de 60 e que quer ser o próximo a ser atendido, é assim que a coisas devem funcionar. agora não me venha fedido de óleo de pastel da feira, com a orelha cheia de pelos saindo pra fora e dizer que quer ficar na minha frente só porque se acha o king da experiência, só porque tem pelancas no corpo inteiro e o pau não sobe mais sem a ajuda da azulzinha, se achando no direito de sair atropelando as pessoas.

é por isso que esse país esta assim, quem deveria se dar o respeito, essa terceira idade, mal educada, por exemplo, não dá. francamente, essas coisas me deixam altamente irritado. não pensem que minha revolta é só porque eu fui escolhi pra ele atropelar, essa atitude seria tão mal educada e revoltante, tanto comigo quanto com qualquer outra pessoa. sorte daquele velho fedorento de gordura é que eu fui atendido rápido, e deus providenciou um problema na conta dele, que mesmo de longe, eu conseguir escutá-lo reclamando que não poderia ficar mais uma semana com o dinheiro da aposentadoria bloqueado. a vingança divina é mais gostosa, vou te contar...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

madonna, madonna, madonna em todos os lugares

não, eu não fui para o show da madonna. não eu não tirei fotos do tickets, que eu não tinho, e coloquei em meu orkut para as outras viadas explodirem em purpurina de inveja. e vocês sabem, eu sou apaixonado por ela, ah, sou sim, mas antes de tudo, eu não tenho dinheiro suficiente para me deslocar do inteiro da bahia para são paulo ou rio para vê-la, infelizmente, não.
não, eu não sou anti-madonna, na verdade, sou muito pró-madonna, mas eu estou me sentindo um alien, mais do que nunca, por não ter ido no show dela. e digo, sinceramente, estou tendo uma overdose de madonna. é madonna em todos os lugares, na tv, nos blogs, nos sites, nos sites de noticias, nas pop-ups, nos jornais, ela é capa de tudo quanto é publicação brasileira, e você poderia dizer: "e a bicha tá mascando livro de inveja, coitada!" é tem um pouco disso, também. ver madonna em todos os lugares está me enchendo o saco. ver madonna em todos os lugares e não poder dizer que eu estive em um show dela está me irritando mais ainda.
...cá pra nós, aquelas pernas malhadissima não assustam vocês? meu sonho é chegar aos cinquenta com aquelas pernas.

oh, deus salve madonna... ainda vou num show dela, não sei quando, mas vou. vou te contar...


texto em dedicação Kate Ferry e seus recados no orkut.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

história 161: ei, galego!

todas as vezes que eu vou passar o fim de semana na psuedo-cidade grande vizinha domingo à tarde é a hora de vim embora. eu custumo perger o ônibus perto de um centro comercial, lê-se, lugar onde faz-se a feira livre, durante a semana é super movimento, mas no domingo é mais parado que o deserto.

obvio que tinha que acontecer coisas comigo né?! eu me atrasei, peguie um coletivo, que por sorte não demorou para passar, cheguei no centro e fui direto para o ponto, o cu na mão de medo de passar sozinho naquela região. andava a passos largos, morrendo de medo de ser seqüestrado, assaltado, estuprado, esquartejado, es... chega! todo mundo já entendeu! como era de se imaginar a rua estava complemente deserta. então, faltando uma esquina para chegar no ponto eu escuto uma voz masculina gritar:
"ei galego!"

- pausa para consultar o dicionário -
ga.le.go; adj. masc. 1. regionalismo: nordeste do brasil. todo e qualquer indivíduo louro.
- fim da pausa para consultar o dicionário -

eu pensei, obvio, que não era comigo, eu sou moreno, alto, bonito e sexual [cof. cof. cof]
eu não chego a ser zumbi dos palmares, mas eu sou bem moreno , meus cabelos são pretos, meus olhos são pretos, ou seja, não existe nenhuma possibilidade de eu ser considera galego. pior que a voz continuou a falar, insistentemente ele continuou a chamar o tal galego. rua deserta, eu resolvi olhar. adivinha? na hora que eu olhei para a direção de onde a voz vinha, era um rapaz com minha idade, mais ou menos, chupando um laranja, virou pra mim e disse:
"me arruma 50 centavos aí vei!"

cadê meu amigo do hezbollah para me emprestar uma bazuca?! me ferveu o sangue, não só por ele ter errado meu biotipo, porque eu estou mais para naomi campbell do que para heidi klum, mas pela a forma que ele me olhou e falou, paracei que era um favor para mim dar os tais 50 centavos. mesmo morrendo de medo eu só respondi, reunindo toda minha marra masculina:
"tem não vei!"

eu disse e nem olhei para trás, caminhei mais rápido, cheguei no ponto a tempo de pegar o ônibus e voltar pra minha cidadezinha feliz. galego, era o que me faltava, não? vou te contar...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

história 160: sai daqui mosquitinho!

eu nunca vi no mundo um quarto para ter tanto pernilongo igual esse que eu durmo, isso que dá morar praticamente no meio do mato, mas nem é isso, no quarto de minha, que fica ao lado do meu, nem tem tanto bichos assim, e ela, espertinha, dorme com mosquiteiro. meu quarto deve ser um tipo de grande centro dos pernilongos e mosquitos, como uma new york dos insetos, algo como mosquitopolis ou pernilândia, ai que piada horrível, relevem!

o pior de tudo é que eu tenho agonia de mosquiteiro, entrar naquela rede é traumatizante, é quase que sofrer as chagas de cristo – bem exagerado. é que eu começo a sentir falta de ar, começo a me sentir preso, num minuto eu arranco tudo e volto a sofrer com o bichos malditos. se fossem só as picadas eu nem ligava, porque de pica eu entendo, mas o que me incomoda de verdade é aquele zumbido ao pé do ouvido, dá vontade de sair correndo sem rumo, gritando. quer picar? pica, eu não ligo, mas não venha com zumbido pra cima de mim não que eu enlouqueço.

outro dia, eu estava quase dormindo, mas era tanto pernilongo zumbindo, me picando, minha loucura foi tão grande, que eu tive que apelar para o bom-senso dos insetos. me levantei, acendi e luz e disse: "por favor, né pernilongos e pernilongas?! assim não dá, pô! amanhã eu tenho que trabalhar, dei-me um desconto aí." para falar a verdade, não surtiu muito efeito e os bichos continuaram a me incomodar, penso que pernilongo, definitivamente, não tem bom-senso. me questionei: o que pernilongo faz durante o dia? deve fuder o tempo inteiro, né?! para ter esse tanto assim só pode ser isso.

uma vez eu escutei que a gente tem que conhecer o inimigo pra vencê-lo. e foi o que eu fiz, entrei na internet e comecei a ler tudo sobre pernilongos. pois não é que eu descubro que, dos filhos da putinha, só as fêmeas que picam - mesmo sem pica. tinha que ser coisa de amapô mesmo. os machos só servem para reproduzir, no texto ainda dizia que os bichos são atraídos por duas formas, respiração e calor, criei duas formas "naturais" de afastar os bichos:

1ª parar de respirar [cuma?] sim, os pernilongos são atraídos pelo monóxido de carbono que sai de nossa respiração, quanto maior o bafo da onça mais pernilongo ao redor.

2º ficar [con]gelado [oi?] [é, os bichos são atraídos pelo calor do corpo, ou seja, quanto mais você se agita para espantar os bichos mais eles vão ficar loucos por você, porque sua pele está quentinha, do jeito que eles gostam, ou seja, a forma mais eficaz de pernilongos não encostarem perto de você é estar morto no inverno da sibéria.

além de tudo o incomodo tem as marcas vermelhas que ficam depois que os bichos picam, o que fazer? no texto dizia que a única forma de não ficar com a cara parecendo catapora era receber centenas ou milhares de picadas, daí cria-se imunidade e pronto, fechei a página e mandei meio mundo tomar naquele lugar, voltei pra casa e liguei a televisão, na hora estava passando uma propaganda de xuxa, praticamente, tomando banho de hidratante monage, nessa hora eu tive um insight e lembrei dos repelentes. agora quem faz alinha xuxa todas as noites sou eu, tomando banho de repelente, pernilongo nunca mais, vou te contar...