sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

tudo ou [quase] nada

ela me observava em silêncio, mas seus olhos grandes, amendoados, olhos curiosos, falavam pelo silêncio de sua boca. devia ter cerca de oito ou nove anos de idade. sinto que boa parte de sua curiosidades estava destinada ao meu recem furado piercing no labio inferior esquerdo, meu cabelo arrepiado, ou talvez, nas minhas calças skinny e minha camiseta listrada.

ela tocou em meu braça, timida. olhei sorridente.

- quem é você? - ela perguntou com um sorriso.
- sou tudo que seus pais não querem que você seja - respondi, sorrindo, também.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

história 188: é no balanço do busão

cada singelo dia, desde que eu cheguei em Curitiba, é um dia incrivelmente diferente do outro – essa frase fica mais dramática em inglês – mesmo nas atividades corriqueiras do dia a dia. entre essas atividades está pegar o inter 2. aos que nunca estiveram em Curitiba alguma vez, ou se esteve, mas não experimentou da excêntrica experiência e entrar num inter 2, eu explico: o inter 2 é uma das linhas de ônibus, ele é um ônibus prateado que cruza diversos bairros, ou seja, é o mais cheio, mais disputado, mais um monte de outras coisas que não vale a pena descrever aqui, não vale a pena porque não é coisa legal, garanto. e adivinha? eu tenho que pegá-lo para chegar à faculdade, então é assim, todas as manhãs eu disputo um espaço com outra centena de estudantes e trabalhadores.


aquela era uma manhã normal, ao menos, os primeiros sinais indicavam que seria. eis que surgi o inter 2, poucas pessoas no ponto, o que era algo estranho. o "falcão prateado" parou, muita gente saiu, o que é algo mais estranho, o inter 2 estava ligeiramente vazio às 7:45 da amanhã, o que era algo realmente muito estranho. algo iria acontecer, eu tinha certeza disso. sabe como é, quando a esmola é demais, o santo desconfia. pois bem, entrei, não consegui um lugar pra sentar, o que é normal, sentar no inter 2 é pedir demais. me afastei da porta, penetrei entre os outros passageiros e me pus próximo a uma das barras de ferro, um homem estava à minha frente. ele estava de camiseta branca, calça jeans básica e tênis, olhou pra trás e percebeu minha presença às suas costas. ele era bem mais baixo do que eu, essa é uma parte ruim. era bem mais velho do que eu, isso não era tão ruim assim. era mais feio do que eu, essa era a parte realmente muito ruim. eu presumo que dentro de uma lata de azeitona ninguém se preocupa com quem está por cima ou quem esta por baixo, quem estava atrás ou à frente, afinal de contas, tá todo mundo está fodido, preso dentro de um pote e prestes a ser levado pra casa de um qualquer e depois ser comido. o inter 2 é basicamente assim, logo, ninguém reclama já que tá tudo mundo apertado.

é fato que motoristas de ônibus não se preocupam muito com sua carga, e nesse caso, a carga era eu. e no balanço do busão, se com intenção ou não, não saberia dizer, só sei que o tal cara veio mais pra trás, encostou em meu celular que estava no bolso da calça, gostou do que sentiu, voltou outra vez. eu me mantive no mesmo lugar, quer esfregar em meu celular pode esfregar, tô de boa. era muito cedo pra eu distribuir minha antipatia gratuita, mas ele mirou certo em eu pênis e veio faceiro, esfregou de leve, soube no que estava esfregando e continuou. se eu disser que não gostei, eu estaria mentindo, mas não devo negar que me incomodou a situação, basicamente porque estávamos circulados de várias pessoas. e pra piorar, quem tem um pênis pode confirmar, que pênis tem vontade própria, e com o meu não poderia ser diferente. sim, ficou duro! o que deixou o cara bem mais animado do que ele já estava. não me condenem, o cara tava lá, faceiro esfregando a bunda dele no meu pau, diante da situação não teve jeito, era uma bunda assim fácil, fácil ali se esfregando em mim, claro que o dito cujo ficou duro. e a cada balanço, a cada freada, a cada curva o cara roçava mais e mais em mim. e assim seguiram os próximos 20 minutos até o inter 2 chegar a plataforma de desembarque no terminal que eu ira descer pra fazer uma conexão para chegar na faculdade. na descida, eu de pinto duro, ao perceber que ele desceria no mesmo terminal, tentei sair na direção oposta a do cara, mas ele fez um malabarismo que eu não conseguiria explicar e ficou na minha frente de novo, na confusão da fila pra se livrar logo do ônibus ele esfregou mais em mim. ditados populares fazem total sentido agora, é por isso que eu dizem: "amor que fica, é amor de pica" vou te contar...

domingo, 29 de novembro de 2009

história 187: made in japan

depois que eu cheguei da bahia, mais do que qualquer coisa, eu tinha que sair na noite curitibana, beber, rir, ver meus amigos e dançar, dançar e dançar. ficar com alguém era algo que não estava sendo, nem minimamente, cogitado por minha mim antes de sair de casa. pensei em balada, pensei em james, maldito [bendito?] vicio.

eu ia encontrar com umas amigos de meu antigo trabalho, quando eu estava na fila uma amiga da faculdade me ligou chamando pra sair, convenci-a de vim pra o james. menos de vinte minutos depois essa minha amiga chegou, acompanhada da namorada, duas meninas japonesas e um rapaz com cara de brasileiro, quer dizer, não tinha cara de oriental. enfim, eis que ela me apresenta as meninas e o rapaz, ambas eram do Japão, uma delas, a menos tímida já falava português e o menino era namorado dela, a outra, a mais tímida, era recém chegada no brasil, se não me engano a menos de 3 meses, coitadinha, não falava português ainda e só falava inglês, graças a deus, passar a noite inteira na mímica não iria dar certo.

nós ficamos na parte de baixo, eu, faltando dançar a sacucarachá vestido de mariati, tentei embriagar a japonesa com tequila, mas ela deu pra trás. de repente minha amiga vira pra o lado, eu seguia-a com os olhos, um outro japonês surgiu diante de nossos olhos, ela fez aquela cara que a gente faz quando acha que conhece alguém, não é que o filho da putinha do japonês era um conhecido da minha amiga mesmo.

- pause para um mini flash back -
em setembro, no dia da parada gay, no fim da parada, eu encontrei com essa amiga, ela veio louca do edi contar que tinha conhecido um japonês gay from japan de verdade, intercambista aqui no brasil e tal, e por mais que eu gostasse de japonês, naquele dia, eu olhei para o tal japa, mas nem dei muita atenção.
- pode continuar -

então, o tal japa da parada gay era o mesmo japa que estava no james. so what? tá, quem acompanha esse blog sabe que eu tenho uma verdadeira queda, ok, queda é coisa de primário, eu tenho uma tara psicótica por japoneses e até então eu nunca tinha ficado com nenhum exemplar da raça. eu tive um insight na hora, eu não podia desperdiçar a oportunidade de ter diante de mim um japinha, made in japan de verdade, amigo de amiga e não, ao menos, tentar ficar com ele. é, pra falar a verdade, ter aquele japonês diante de mim, assim, minimamente disponível foi um êxtase comprável a excitação da anunciação da volta de jesus cristo para um evangélico fanático, com o poder do exagero, claro.
- amiga, arruma o japinha pra mim - eu disse.
- serio que você quer, brother? - ela perguntou, não que tivesse duvidas, claro.
- não vou embora sem beijá-lo - eu outorguei.
houve uns minutos do qual os japoneses foram apresentados e eu me senti num matsuri com aquele povo falando em japonês. depois “se drogamos” com mais álcool, “se jogamos” na pista, “se vulgarizamos” descendo até o chão, “se prostituimos” esfregando nos corpos suados e “se suamos” muito, muito mesmo. só por causa do calor e do suor, que resolvemos sair para o corredor tentar tomar um ar. o japinha veio junto, ficamos conversando. essa minha amiga resolve ir embora com a namorada e a amigas japonesas. fiquei com outras amigas da faculdade e o rapaz oriental. eu sabia que aquele era o melhor momento pra cair matando em cima do mocinho, mas cadê a coragem? aí, eu percebi que sou tímido, até demais. eu travei, juro, você pode ate achar que sou um idiota, o que eu não nego que fui - até certo ponto -, mas eu simplesmente não sabia o que falar, não sabia como agir, não sabia o que fazer diante do japonês. minha amiga me ajudou e disse pra ela que eu estava envergonhado, mas queria beijá-lo, em seu português arrastado ele falou que queria me beijar também. escorado na parede eu fiquei diante dele, olhei nos olhos e fui encostando devagar minha boca na boca dele. beijei-o, não com tanto vontade quando eu o beijaria se estivéssemos num quarto sozinho, mas eu pude ouvir os fogos de artifício imaginário explodindo no céu de curitiba. eu estava beijando meu primeiro oriental, as pessoas me observando, os não conhecidos poderia pensar: “olha, dois caras de beijando”, os mais conhecidos poderiam estar pensando: “é, jarbas pegou o cara”, mas pra mim era uma multidão frenética comemorando meu objetivo alcançado. a gente ficou um tempo se beijando e não passou disso, ele era bem menos liberal com caricias com semelhantes em publico, o que não me incomoda. como comentário pessoal, eu digo que foi bom, e por mais que eu quisesse, devo dizer que com aquele japa foi mais um caso de just-one-night-of-kisses. a titulo de curiosidade, o nome dele lembra o som do kanji do numero cinco, aos mais curiosos, “google it”.se é ele, eu não sei. se é um oriental, eu também não sei. mas eu sei que quero algum alguém, algum amor. se for oriental, melhor ainda, vou te contar...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

i will be back!

por que, nem tudo que está esquecido, está morto... e tudo que adormece, um dia, acorda.

sábado, 17 de outubro de 2009

história 186: cara de passiva

eu cai na besteira de comentar em meu trabalho que tinha vários dias que eu não tinha um intercurso sexual com alguém. uma de minha colegas, a de cabelo vermelho, tentou ser caridosa comigo e comentou que tinha um certo amigo, legal, bonito, "e da sua altura" - como ela disse -, pra mim apresentar. ela pediu meu celular, com uma certa relutância eu dei meu numero - já cai na besteira de dar numero de celular pra uma outra amiga achando que ia me dar bem, mas no fim não me dar tão bem assim.

quase trinta dias se passaram e nada do tal amigo da ruiva se manifestar, detalhe que eu só dei meu numero e nem se quer me preocupei em perguntar o nome o seja lá o que fosse sobre o menino. estava eu numa sexta feira qualquer no james quando uma mensagem chegou em meu celular, um numero desconhecido uma mensagem meio intima demais assinada por alguém que eu não sabia quem era. alguém aqui acha realmente que eu dei atenção àquela mensagem, estando no james, alcoolizada, semi-prostituída e outras coisas que não vem ao caso agora? não, claro que não. no outro dia, ao chegar no trabalho, tive um insight quando vi a menina e fui perguntar se o nome do amigo dela era o mesmo nome que tinha assinado a mensagem. exatamente o mesmo. ligou para a pessoa, nos falamos rápido - e não deveria ter passado disso. ele disse que passaria no meu trabalho, comeriamos algo no shopping e conversariamos.

dito, feito. ele me ligou, avisando que ia me esperar na frente da livraria. tirei o uniforme, segurei na mão de deus e fui. quando eu vi aquela pessoa parada à frente da livraria curitiba, pedi instantâneamente jesus para me arrebatar. mas ele não o fez e eu segurei na mão de deus e fui. conclusão ele não era tão legal assim, não era tão inteligente assim e não era nem um pouco da minha altura - bem mais baixo, acreditem. voltei de meu intervalo pensando o quando eu me ferro por gosto.

mas a desgraça quando ela vem, ela acompanhada, ah, sim... tudo pode piorar. no MSN ele veio falar comigo.

ele: você é ativo ou passivo?
eu: não gostaria de falar sobre isso com você, sou o que o tesão mandar na hora.
ele: eu olhei suas fotos no orkut, analisei suas feições, seu rosto, você tem cara de passivo.
eu: ué, não sabia que pra ser passivo tinha que ter cara... mas é vivendo e aprendendo.

[bloqueio]

eu mereço? digam pra mim, eu mereço? "cara de passivo" era o que realmente me faltava, não que ser passivo seja realmente um problema, o que não é mesmo, mas me questionei muito sobre esse essa tal "cara de passivo". será que existe isso mesmo? cada coisa vou te contar...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

é sem sentido sentir

quero ver freiras promíscuas, ser uma prostituta cheia de pudores.
quero beber o mais ácidos dos venenos e me benzer com coca-cola.
quero correr pelado na avenida mais movimentada da maior das capitais e me cobrir de pele de animais no mais quente dos desertos.

quem liga se eu for e o plástico ficar?

quero toda hipocrisia do mundo, sorrir da desgraça do mendigo
bajular os nobres, secar de desejo e proteger o inimigo.
já vi matar, já matei, já vi morrer...

quero tudo com intensidade. rasgar a pele com lápis de cor recém apontado.
furar o peito de odio e explodir em purpurina colorida.
nada mais eu temo, nada mais me consola... nada mais me surpreende.

eu só quero... só quero sentir.

sábado, 26 de setembro de 2009

história 185: quase, menino

eu fui avisar a minha companheira de setor que eu estava indo fazer meu intervalo, o vi sentado no setor de calçado, olhou pra mim enquanto provava um daquele sapatênis horríveis. "que lindo e bem vestido!", pensei. demorei mais do que realmente precisava ali, só pra olhar mais um pouco pra ele. sai. voltei uma hora depois, e para minha surpresa ele ainda estava na loja.

decidi recolocar todas as roupas que estavam no provador na area de vendas, ele olhava uma arara de camisetas, passou por mim, cumprimentou-me. meu coração acelerou.
"será?", pensei. e para que eu não tivesse duvidas, ele veio mais perto e me perguntou: "tem muito tempo que você trabalha aqui?", tremi, vacilei a voz antes de conseguir responder. ele tava falando comigo mesmo? "tem uns cinco meses", respondi. dai, começamos a conversar, ele me contou com o que trabalhava, de onde era e o que fazia em curitiba.

- mas viver assim viajando deve ser ruim para o namoro, não?! - perguntei.
- é, mas eu não tô namorando. e você tem namorada?
- não - respondi entre risos disfarçados.
- é, o bom é que você conhece varias pessoas e tal, mas namoro a gente encontra assim, olhando - nessa hora ele olhou pra mim, continuou: - não é?!

puta que paria, ele tava na minha, ele tava dando em cima de mim descaradamente - ao menos era isso que eu imaginava que estava acontecendo - , e eu estava gostando disso e muito! me senti desejado - um sentimento novo -, e sentir-me assim foi bom, muito bom. eu tinha certeza que era pra ser meu, eis que ele pergunta:

- aquela menina de azul, qual o nome dela?
- fulana de tal?
- sim, ela tem namorado?
- não, acho que não...
- cara, eu tô de olho nela... - estouraram meu balão e eu cai de muito alto, me jogaram um balde de água frio e eu estava nu no meio de uma geleira no polo norte, no inverno.
- se você quiser, posso pegar o telefone dela. - essa foi uma frase que saio automática, não forçada, juro. mas ele era tão simpático que me veio na cabeça ajudá-lo, afinal de contas, mesmo sendo bonito ele não tem culpa de ser hetero, não é?!

acabou que eu consegui o tal telefone e ele foi embora feliz, mas não antes me contar que tinha uma banda, para meu desespero maior ainda. pense, magro, alto, bem vestido, simpatico, trabalhar e membro de banda. realmente, perfeito demais. eu, talvez, não mereça tanto. fiquei com inveja da menina de azul, não vou mentir, mas passou, e curitiba tem 3 milhões de habitantes, deve ter um ai pra mim - ou não. vou te contar...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

história 184: normas tecnicas da ABNT na noite curitibana

aquela definitivamente não ia mais ser uma noite normal no james, se é que que o james tem alguma noite normal. pra começar, ia ter show do copacabana club, depois meu amigo do acre - eu tenho que pontuar isso - iria estar lá, além de todas as figurinhas carimbadas da noite e meus amigos. uma fila monstruosa de grande, mas eu não vou contar vantagem, até porque eu não posso, porque não dependeu de mim e sim de terceiros [bons amigos. obrigado, Deus], mas eu consegui entrar muito antes do que eu imaginei que iria entrar e quando eu me deparei com a quantidade de gente naquele lugar minúsculo em plena segunda feira tive certeza que seria uma longa noite.

tive que me fingir de simpático pra uns, ser realmente simpático com outros, fingir que não vi alguns e expor minha figura pra outros. copacabana club subiu no palco e foi quase impossível vê-los, não que eu não tenho os visto antes, e pra falar a verdade, já foi em três shows deles. o show acabou e a pista ficou mais tranquila, foi lá que alguém conheceu o capitão america e eu, o fiel escudeiro do capitão.

ele era mais alto do que eu, ficou me olhando de longe, dançou próximo, olhei, ele olhou de volta, sorri e me fiz de tímido - não que eu não seja, claro! - e ele se aproximou, parou à minha frente e disse:

- oi, tudo bem?
- olá, tudo bem, sim. e você?
- tudo bom.

[ silêncio ]

- então, eu sou fulando de tal, e as pessoas aqui no james me conhecem como tal apelido, qual o seu nome?
- jarbas
- eu achei você muito interessante, jarbas e quero saber se você é gay ou hetero.

[pausa]
juro que nunca achei na minha vida iria ouvir alguém me perguntar isso. eu tenho total certeza que eu não sou o tipo de cara que você olha na rua e pensa:
"nossa, que hetero", mas nada que o álcool não cure.
[play]

- gay - eu respondi.
- que ótimo! e por te achar interessante eu tenho duas formas de aproximação, uma lenta, que consiste em eu voltar pra pista de dança, ficar olhando pra você, esperar que você me veja, se interesse por mim, dai a gente se beija, ou a rápida, que seria eu te beijar agora.

tão grande a singularidade do momento, que eu me resumi a ficar alguns segundos em silêncio até pensar em algo pra fazer. e num lapso de racionalidade emocional - se é que isso existe - eu dei um selinho nele como resposta. acreditem vocês ou não, ele ainda teve coragem de olhar pra mim e perguntar:

- isso significa sim?

mas eu não disse mais nada e beijei-o. \bisca
um beijo bom, admito. e depois de alguns minutos juntos e ele parou, olhou pra mim e disse:

- jarbas, eu vou no banheiro e volto pra dançar um pouco na pista com meus amigos, se tiver sorte te encontro de novo e nos beijamos outra vez, tá?
- tá.

eu não o encontrei outra vez, na verdade eu vi, mas não me aproximei. metodologias me assustam, devo admitir. e como disse meu amigo, aquele do acre, foi uma cantada nas normas técnicas da ABNT. pratica e direta. talvez o mundo precise mais disso - ou não. isso é prova que você sempre pode se surpreender com alguém. o beijo dele era bom, isso foi agradavél e cliché. vou te contar...

sábado, 29 de agosto de 2009

história 183: eu, ator pornô.

ela olhou pra minha cara com olhos interrogativos, aproximou-se e disse: "eu acho que te conheço de algum lugar."
eu respondi com frieza calculada: "é que eu fiz um filme pornô."

ela arregalou os olhos, abriu levemente a boca, afastou-se descretamente e não perguntou mais nada. será que ela realmente cogitou a possibilidade? não duvido. descobri uma maneira de usar humor negro para descobrir pervesões sexuais das pessoas.
pessoas sem senso de humor, né?! vou te contar.


p.s: esse na foto sou eu, mas depois de algumas plásticas mal sucedidas eu me tornei o que sou hoje - uma pena.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

o advento das máscaras


"Três mil pessoas tem gripe suína, todos usam máscara. 33 milhões tem AIDS, mas ninguém quer usar camisinha"

— Anônimo.

Humanos. Como somos seres realmente fascinantes e contraditórios, não é?! Desde o anúncio da chegada do vírus Influenza A, causador da nova gripe H1N1, instaurou-se o caos em Curitiba. As aulas foram canceladas, para todos os lados que se olha vê-se gente usando máscaras cirúrgicas, que não sabendo as pessoas, tem vida útil de 2 horas no máximo; a indústria do álcool domestico nunca lucrou tanto.


Já vamos para quase 15 dias de escolas e faculdades fechadas, mas as pessoas continuam se aglomerando nos shoppings, cinemas e parques. "Qual o sentido pra isso?", pergunto. Não pensem que eu quero negligenciar a existência, a ameaça e/ou a periculosidade do vírus, mas se é para fazer uma campanha de prevenção, que seja uma coisa séria, que abranja a todos. Pra que tirar as pessoas das escolas, mas deixarem-as se amontoar em outros espaços?

Ainda penso que é muito alarde para pouco perigo. Esse pandemônio se dá, talvez, por causa das autoridades responsáveis que não divulgam os reais números de mortos e a que nível estamos de contaminação. Sinceramente, eu continuou com minhas atividades normais, não tão normais quanto eu gostaria. Como forma de prevenção tenho lavado as mãos com mais frequência, comendo frutas com vitamina C, bebendo bastante água e torcendo pra não ser infectado.


No fim, essa nova gripe é puramente seleção natural. Cruel, não. Realista, sim. A história da humanidade está cheia de casos de pragas, pestes e pandemias, eis mais uma. Vamos torcer pra estarmos no grupo dos mais fortes, os fracos, já sabemos o destino. 

E pessoas, tirem essas máscaras, não é nada fashion, vou te contar…

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

sem bunda, magro e de pernas finas

eu não tenho bunda, sou magro demais e tenho pernas finas. o pior é que eu te contei que já tinha transado sem camisinha. e para falar a verdade, isso é algo que eu não me orgulho - nem um pouco.
ai, de repente, você some! puft! quase um troque de mágica. e eu fico na duvida, foi a falta de bunda? mas eu posso colocar silicone. eu posso engordar e engrossar as pernas numa academia e nunca mais fazer sexo sem camisinha. juro! só queria que você se manifestasse e eu não me sentisse humilhado em ligar para você, coisa que eu nunca fiz realmente. acho que tenho medo, não sei.
essa situação não é nada confortavel, ninguém acharia, só o mais sadico dos humanos, talvez. enfim, pra que você me tratou bem? pra que você fez carinho em mim? pra que você me levou pra sua cama, pra sua cama? pra quê? pra sumir? me fingir que eu não existo mais? pra me deixar sofrendo na saudade? eu não creio que você seja uma má pessoa, não mesmo, talvez, deligado ou eu não sou uma pessoa tão interessante assim. merda, já vão quase dois meses desde nosso primeiro encontro e eu tô aqui igual um idiota, escrevendo sobre você, para você - é, eu tenho esperança que você leia esse texto, mesmo sabendo que isso, provalvelmente, nunca vá acontecer. concluo que muitas coisas não vão acontecer entre nós, mesmo eu desejando fortemente que sim.

- c'est la vie, eu vou me resumir em dizer. é isso, acho que sou intenso demais nas coisas e me falta feeling pra sentir que, às vezes, muitas vezes, as coisas não são tão assim assim pra os outros. uma pena, uma pena pra você, pra nós - mesmo não existindo um "nós" - porque eu sou um cara legal, um cara legal que não tem bunda, é magro e não tem pernas grossas.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

aniversário. meu?

eu começo a escrever esse texto e minha barriga está dando um nó e meu coração acelera, sem motivo aparente - ou não - que engraçado, eu estou ansioso com meu aniversário... que novidade!

aii, o pior é não conseguir não pensar na minha vida, no meu universo e em tudo mais sobre mim. essa parte que eu não suporto de aniversários, essas auto analises insuportaveis. eu já amei aniversários, odeio-os por um tempo, entrei em crise existencialista, mas hoje, não sei, não é apenas uma data, mas não me deixa tão tirado como antes.

a gente vai crescendo e vendo o quanto o mundo é grande, que somos cheios de vícios e coisas que, no fim, só puxam pra trás e coisas que antigamente eram super importantes, mas agora, já não fazem tanto sentido... ai ai, só sei que nada sei.

continuarei por aqui... talvez, o mesmo, talvez não. penso: "caramba, já estamos em agosto!" é, o tempo passara rápido e é isso... já está estabelecido e não há muito o que se fazer. hoje eu me preocupei com a frase que ela me disse no MSN, "seu blog costumava ser mais alegre, eu costuva rir quando o lia" [...] é, eu costumava ser mais muita coisa, perder-me é o que eu mais temo, esquecer quem eu fui me tira o sono, o resto, tanto o doce quanto o amargo, esses não me supreendem mais.

23 anos e agora?

domingo, 19 de julho de 2009

história 182: japonês, não tente me enganar.

tudo começou quando tiago pareceu na loja bêbado e todo sujo de tinta e outras coisas que desconheço e realmente não me preocupo em saber. tinha passado no vestibular de telecomunicação da federal, queria comemorar. decidimos ir no james, ele pagaria nossas entradas - já não é nenhum esforço ir no james, ainda mais "de grátis". pronto, marcado, sexta-feira depois do expediente iriamos sair.

quando vi jeyson, flavia, tiago e eu parados para pegar o táxi na frente do shopping palladium, senti que aquela seria uma noite bem singular. conseguimos chegar no james antes da meia noite, conseguimos não pegar fila - deu até saudade daquela fila enorme, lendária... mentira! acho ótimo continuar sem ela.

okay, coisa relevantes sobre a sexta feira no james (a) não tem fila (b) tem gente bonita e bastante diferente das de sábado (c) não tem fila, aii, desculpem-me por pontuar isso outra vez, é porque é realmente muito bom não pegar fila (d) são as mesas músicas de sábado (e) uhm, acho que acabou... então, estava eu me vulgarizando no dancefloor, quando eu miro um japonês, ele estava acompanhado de uma meninas e um cara, que não estava bêbado, ele estava trebado, quatrebado, aii, sei lá, só quero que entendam que o cara estava realmente bêbado. enfim, olhei pra o japinha, o japinha olhou pra mim. de lá o japinha dançava, eu dançava daqui.
"é hoje, vou ficar com o japinha" pensei, sorrindo bobamente.

eis que o amigo do japinha, aquele muito bêbado, lembra? veio e me perguntou: "você é hetero?" [pausa] no manual de sobrevivência do james - se tiver um - essa seria a primeira coisa que eu escreveria para aquelas que querem ficar com alguém; "você é hetero?" é a pergunta essencial para o futuro beijo, amasso, ou apenas para ter putaria garantida ou saber que aquele colega do cursinho é viado mesmo.

respondi que não, o menino saiu, o japonês não se manifestou. continuei dançando. japonês nenhum iria me fazer perder a noite, claro que não! muito tempo se passou, é certo que a percepção de tempo de um bêbado não é nada boa, mas tenho certeza que passaram muitos minutos e nada. lá estava eu despreocupado, já tinha esquecido o tal japonês, quando o filho da putinha surgiu do nada e começou a dançar ao meu lado, vulgarizando, me seduzindo, se insinuando e outros gerúndios da noite curitibana. parou na minha frente, me aproximei, ele virou de lado - se fazendo de difícil, não é, vagabundinha? - fui de novo, ele se virou de novo. parei, meu orgulho pulsou forte. pedi pra minha amiga perguntá-lo a pergunta essencial de sobrevivência no james; flavia foi até ele, perguntou: "você é hetero?" não é que o japinha respondeu que sim e a noite seguiu sem muitas novidades. "triste", você diria. "c'est la vie", diria um francês e por ai vai.

antes de continuar, devo pontuar que tiago é um tipo de pessoa que, e eu só fui perceber que ele era assim quando já estava dentro do james com ele, faz amizade muito facilmente, ele é do tipo que fala com as pessoas que estão ao lado no bar, eu não sou tanto sociavel assim. pois bem, lá no final da noite, estavamos todos no bar, destruidos, bêbados, cantando "rehab" de amy winehouse, nada poderia combinar tão bem com aquele momento, bendito seja aquele dj. amém. eu conversando com uma baiana e o amigo dela, dos quais tiago me apresentou, claro. pessoas que ele tinha conhecido ali na hora mesmo - santa simpatia.

eis que tiago sumiu de nossas vistas. quando ele voltou, voltou com ninguém menos do que o japinha. eles param diante de nós. tiago vira e fala:

- eii, gente! esse é flávio, meu novo amigo. ele queria conhece vocês, ele é gay! - sutil, como um elefante caindo numa poça de lama.

o japonês olhou pra minha cara, olhou pra cara de minha flavia. ela e eu nos olhamos, olhamos para o japonês, olhamos para tiago e para o japa de novo. eu vi o olho do japonês se abrir tamanha foi a vergonha que ele ficou. coitado. coitado o caralho, se não queria me pegar pra que mentir?! aii, que falta de paciência para teen-minded-people. e foi assim, que mais uma vez eu não consegui ficar com japonês e a saga continua, vou te contar...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

apenas esperando por você

[suspiro]

paro, penso...

a brisa fria que entra pela fresta da porta tira minha concentração.

[suspiro]

perguntas que ninguém responderá; as paredes amarelas ao meu redor.
penso. 

sinto sozinho. 
brisa fria não descansa.

penso no passado

parecia seria mais fácil, 

perdi.
parece que perde sempre quem é presente demais, sonha demais, cria expectativas inexistente; fui bobo, fraco, carente, cai.

... e outra vez me levanto, como sempre vou fazer.
desejo;

quero alguém pra sentar no parque e comer
doritos, conversar deitado no colo, alguém que me busque no trabalho, que me fale com foi seu dia, que me faça cafuné.
quero alguém pra eu dedicar aquela roupa mais bonita, o perfume mais agradável, fazer a barba, me sentir bonito.
quero alguém pra assistir filme numa tarde fria (o que não é
difícil em Curitiba), caminhar sem rumo, beber café e falar do céu, falar da Bahia... só falar. escutar.

quero discutir livros, mostrar aquela banda legal, aquela música que marcou, aquele filme bom.
dançar na balada, dançar colado, beber cerveja e
transar de porre. sorrir.

sonho... ele ainda não tem face ainda, mas ele está por ai,
circulado de pessoas erradas, me esperando. ele vai ser o melhor, porque eu sou o melhor.

e quando eu disser: "por onde você esteve?"

ele vai me responder: "apenas esperando por você"

domingo, 5 de julho de 2009

[ selo ]

o Fábio me passou um selo que me deixou bem feliz. o selo de chama: "esse blog dava um livro", porque tem historias, de tão boas, virariam livros ótimos!

olha que chic! imagina se alguém teria coragem de comprar um livro com minhas histórias, mas enfim... valeu, fábio.

e como selo, lá vem aquelas malditas regras... e esse não escapa, eis:

o selo vem com duas perguntas, que devem ser respondidas.

1. qual é o seu livro favorito?
2. se você estivesse lançando um livro, qual seria, o nome da obra, e a história?

vamos lá...

1. aii, tantos. desde "reinações de narizinho", que ganhei de meu pai aos nove nunca mais parei, mas "o senhor dos anéis" de j.r.r tolkien e a sério do "guia do mochileiro das galaxias" de douglas adams são as obras máximas pra mim.

2. então, não vou mentir que já tive o devaneio, só devaneio mesmo, de que esse blog, um dia, quem sabe, podesse virar um livro, acho que o titulo séria o mesmo do blog: "vou te contar..."

é isso...

p.s: fábio não deixa clara uma regra para passar o selo para outras pessoas, MAS eu me sinto no dever de dizer alguns blogs que adoro ler que deveria virar livro, eis...

- mulher comum
- loser baby
- g clichê
- ontem à noite
- a casa das sete 'micheles'
- iemai


domingo, 28 de junho de 2009

história 181: confiei nos emos, quase morri

era mais um domingo nublado em curitiba. eu estava de folga, isso significava que eu poderia ir no museu oscar niemeyer, me jogar no gramado a tarde inteira, mas ninguém queria ou podia ir comigo e eis que eu descobri o que a palavra "solidão" significava. e mesmo sozinho decidi ir para o tal museu, me jogar no tal gramado.

se tem uma coisa no mundo que eu odeio é semáforo, pior ainda quando é semáforo de cruzamento e mais ainda do que qualquer outro semáforo no meu mundo conhecido, o que eu mais odeio com o fundo de minha alma, são os semáforos que ficam em frente ao shopping müller, lá centro. eu fico todo confuso, porque o sinal fica vermelho, tudo mundo atravessa, fica verde o povo pra, fica verde de novo o povo vai, gente vem, vermelho para, gente vai, verde pra ou vem... é um inferno! e nesse domingo nublado, lá vou eu atravessar a porcaria do semáforo do shopping müller, estava vermelho, parei. três emos ao meu lado [dois meninos e uma menina] e o sinal fechado, olho para um lado da rua nenhum carro, olho pra os que tinham estavam parados... os emos resolveram atravessar a rua, eu caio na besteira de confiar nas criaturas e vou junto, os carros começa a se mover em nossa direção, os emos correram para alcançar a calçada e não. eu olhei para a direita, meus olhos ofuscaram o farol do carro que estava por vim, pensei: "fodeu! vou morrer agora..." movido por uma força do além dei dois passos para trás e o carro passou ao meu lado, por poucos centímetros eu não morri. ufa!

e de hoje em diante eu digo: gente, não confie nos emos muito menos em semáforos. oh, racinhas traiçoeira, vou te contar...

eu olho para meu celular,

desejo fortemente que ele toque, vibre e que tenha aquele número conhecido no display, mas ele permanece cruelmente silencioso e imóvel.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

em curitiba...

... falar sobre o tempo, nunca vai ser um assunto descarado para tentar puxar conversa com o gatinho sentado ao seu lado na sala de espera. aqui as pessoas realmente falam sobre o tempo e pior, se orgulham de sua inconstância, fato que me irrita constantemente.

sábado, 20 de junho de 2009

história 180: o pit bull blasé

uma das coisas que eu mais gosto de fazer em curitiba é me jogar no gramado do museu oscar niemeyer e ficar a tarde inteira só observando as pessoas e suas vidas de comercial de margarina.

mas nessa tarde particular eu estava acompanhado de uma galera muito legal. tinhamos acabado com dois litros de tequila e algumas [muitas] cervejas. já era noite. may e eu estava sentados bem juntos, loucos do edi, conversando, detalhe, em inglês, observando todos os outros mais loucos do que nós. eis que ouvimos um som de passos, muitos passos vindo ao nosso encontro. eu me aproximei de may mais ainda, ele grudou em meu braço, olhamos para trás e nada mais, nada menos do que um pit bull enfurecido vinha em nossa direção, correndo feito louco. "morri", foi a única coisa que consegui pensar.

may começou a gritar, eu entrei no embalo e gritei também, mesmo sabendo que isso não ia resultar em nada. e as outras pessoas? nem perceberam o que estava havendo conosco.
nós loucos por causa da cachaça, o pit bull correndo loucamente para nos matar, may gritando louca, eu gritando mais louco ainda, gente louca desmaiada no chão, gente conversando alto feito loucos, o pit bull correndo [muito louco], nós gritando mais ainda. sim, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo - uma loucura.

de repente, quando estavamos certos que o bicho estava próximo e que as mordidas iam começar a qualquer minutos, nada aconteceu. é, nada aconteceu. frustrante, não é?! tipo, você espera altas mordidas, arranhões, mais mordidas - não estou bem certo se cachorros podem fazer mais do que morder e arranhar -, mas nada acontece, frustante, para dizer o mínimo.

eu olhei pra trás e vi o pit bull parado, nos olhando, com uma inacreditável cara blasé, depois, como se nada tivesse acontecido, o que não deixa de ser uma verdade, já que que ele não nos atacou, o cachorro filho da puta, com a maior calma do mundo, virou as costas e foi embora.

- o que aconteceu? - may, perguntou.
- ele foi embora... - eu respondi, frustrado.
- ele quem? o que era aquilo mesmo?

como assim? ela ia morrer e nem sabia do que seria. ôh, pessoa privilegiada, vou te contar...

sábado, 13 de junho de 2009

carta

olá,

tudo bem com você, senhora? espero que sim. por que você já sabe como eu estou. logo, não preciso explicar muita coisa, não é?!
não sei bem o sentimento que me move para escrever o que escrevo agora. na verdade, nem sei se existe um sentimento por trás, mas em todo caso vamos afirmar que sim.
a senhora sabe que estou em curitiba agora, não sabe? ah, claro que sabe! você me acompanha a todo instante. você, eu acho, deve ser a responsável por tudo que me acontece... e a você sabe que as coisas não estão boas, né?! é, eu sei que você poderia dizer que ninguém disse que seria fácil também. por isso, antes de qualquer coisa, eu vou te agradecer, caso tenha sido a senhora a responsável por eu estar aqui, é bom que fique claro que eu não esqueço tudo que você me fez, tem me feito, e talvez, fará, mas isso não lhe dá o direito de complicar as coisas, não mesmo!

mas sabe de uma coisa senhora, tenho percebido que a cada dia eu melhoro como ser humano, aprendo mais, entendo mais sobre todas essas coisas. mesmo nos mais desesperadores dos momentos, mesmo nas horas que a barriga roncou de fome, o corpo tremeu de frio, as pernas enfraqueceram de tanto trabalho, a cabeça doeu por causa das poucas horas dormidas, mesmo depois das lágrimas derramadas de saudade, dos momentos de total desamparo, depois de todos os surtos, da vontade de pegar as malas e simplesmente ir embora. eu queria avisá-la que a cada obstáculo que a senhora coloca na minha frente me faz maior, mais forte. eu vou vencê-la, não importa o quanto você tente me impedir, se é que você quer isso mesmo. eu vou levantar todas as vezes que você tentar me derrubar. eu sempre vou me superar.

e eu tenho certeza que você vai perceber o quanto eu estou disposto a melhorar. e se você for tão sabia quanto dizem que é, você vai me recompensar - ou não -, mas para lhe falar a verdade, eu estou num ponto, que devo lhe dizer, nada me surpreende mais. seja feita sua vontade, ou a minha, ou a de quem quer se seja. só queria lhe dizer: "eu vou vencer!" eu sei que eu tenho um futuro brilhante pela frente, eu sei que eu conseguir chegar onde eu quero e nada vai me impedir, não importa o quanto eu tenho que lutar. "pense, acredite, sonhe e atreva-se.", já disse waltdisney.

pense comigo, o que seria da terra média se frodo tivesse desistido no primeiro obstáculo? e mesmo não tendo o um anel com poderes mágicos, o que seria ótimo pra mim agora, eu vou continuar tentando, tentando e tentando. até você se cansar de me dar tudo que eu mereço. eu acredito na lei da compensação e sei que ela é sua amiga. mais cedo, ou mais tarde ela vai falar: "eii, olha aquele garoto, ele é bacana mesmo...".

então é isso, só queria lhe dizer que já me sinto um vencedor. sei que fiz nesses meus míseros 22 anos mais do que muita gente não teve coragem de fazer a vida inteira. eu sei que sou merecedor. então, querida vida... é melhor você afrouxar as cordas, porque quanto mais você aperta melhor eu fico. por que o que não vem para me destruir me fortalece. acho que é isso. você entendeu o recado.

eu amo odiá-la e amo amá-la.
obrigado por tudo. obrigado por existir.

beijos,

Jarbas Ribeiro Bahia

terça-feira, 26 de maio de 2009

história 178: o caso da estrela torta...

quando eu terminei de contar essa história para bartô, ele me perguntou: “cara, você já contou isso em seu blog ou algo assim?” minha resposta foi negativa, ele continuou: “cara, você precisa contar essa história, é singular... nunca vi nada igual”. e é Influenciado por bartô, que eu resolvo contar essa história, que é dos tempos da bahia [ai, que saudade] dos tempos que eu era menor de idade, dos tempos que eu fazia muito mais merda do que eu faço hoje. é a história de como eu tenho tatuagens de estrelas nos ombros – uma em cada um.

já havia um tempo que eu estava planejando fazer uma tatuagem. eu já tinha o olho de Horus nas costas, mas uma tatuagem só não estava me deixando satisfeito, foi por isso que naquela manhã eu acordei – mais do que nunca – com vontade de fazer uma tatuagem. juntei toda minha coragem e fui na casa de um amigo tatuador, era um domingo.

“quero uma estrela em cada ombro”, eu disse. ele não pensou duas vezes, fez os desenhos e começou a me tatuar. a primeira tatuagem, a estrela no ombro esquerdo, saiu linda, do tamanho que eu queria, na posição que eu queria, traço fino, simplesmente bem feita. quem já fez tatuagem sabe que antes de começar o trabalho com a agulha o tatuador primeiro faz uma espécie de “teste” com uma tinta que parece carbono – lembra das provas mimeografadas do primário? bem parecida com isso!

terminada a primeira estrela, o cara colocou a outra na posição correta no ombro direito, mas o álcool ou sei lá o que ele usava para sair a tinta em minha pele, acabou. o cara saiu do estúdio para pegar um tubo novo, eis que eu olhei para o papel e pensei: “nossa, que torto esse papel” surgiu uma brilhante idéia na minha cabeça, mover o papel. Afinal de contas o tatuador tinha colocado numa posição errada, mas ele não tinha colocado numa posição errada – detalhe! O cara voltou, não atentou à mudança de posição do papel que eu fiz, passou o álcool, deixou o contorno de tinta meio roxa na minha pele, perguntou se erra isso que eu queria, respondi que sim, crente que mudando a pagina de posição tinha feito a melhor coisa de minha vida. 20 minutos depois a forma estrelar estava gravada para sempre em minha pele, paguei e fui embora pra casa em paz e feliz. Me exibi para minha mãe, meu amigos – aloka!

um dia, assim do nada, parei de frente ao espelho, eis que percebo o trágico acidente que eu “me causei-me” percebi que as tatuagens de estrala em meus ombros estavam totalmente diferentes uma da outra, mas quando eu digo diferente, é diferente mesmo... uma é mais grossa que a outra, a da esquerda eu vejo torta, mas as pessoas vêem a na posição correta, o contrario para a da direita, que eu vejo certa, mas as pessoas vêem torta. o que fazer agora? os mais drásticos diriam: “arranca na faca!” na verdade me resumi a aceitar que tenho estrelas diferentes em cada ombro o que me liberta, eu acho, do clichê gay das estrelas nos ombros, afinal de contas as minhas são, por assim dizer, diferentes uma da outra [risos altos]. agora já tenho planos de mudar essas tatuagens, mas isso é outra história, vou te contar...

domingo, 3 de maio de 2009

história 177: é um assalto!

essa história deveria ter sido contada há muito tempo, mas só agora tive tempo de senter, escrever e publicar. foi mais ou menos assim: luiza me chamou para ir no james bar naquele sábado, e ir para o james nunca é um grande esforço na minha vida - ainda mais com luiza, né?! mas ela sentiu-se mal e foi embora mais cedo. dancei, bebi glitter e beijei na boca. quando eu sai do james já passavam das 5 hrs da amanhã. desci a rua despreocupado, outras pessoas saiam de outras baladas e conversavam alto. cheguei na ruy barbosa e fiquei escorado no ferro do ponto de ônibus, uma menina encostou, mas logo saiu para falar com um grupo de pessoas que estava há uns cem metros de distância. eis que ele veio de bicicleta, passou direto e voltou. parou a bicicleta na minha frente, de uma maneira que não daria para eu escapar já que o ferro estava às minhas costas.

- arruma um real ai, vei – ele disse – tô morrendo de fome, tô querendo bater um cachorro quente ali.
- vixe cara, nem tenho aqui, só to com um real para voltar pra casa.

houve um momento de silêncio.

- então me dá o dinheiro ai, cara – ele ordenou com um tom de urgência e desaforo.

em meu bolso tinha uma moeda de um real, uma de cinqüenta centavos e pouco mais de quinze reais em cédulas. eu enfiei a mão no bolso e tirei as moedas e entreguei pra ele.

- to vendo volume de dinheiro de papel, passa ai cara... passa ai.

como esse bandido do inferno tinha visto isso? que olho clinico. minha mão parecia ter mil quilos, tamanha era minha má vontade de entregar meu dinheiro para aquele cara. penso que minha lentidão o irritou, pois ele levantou o casaco e me mostrou uma arma que ele tinha presa na cintura. eu não sei explicar o que senti, era uma mistura de medo com impotência, inutilidade, raiva. foi exatamente nessa hora que eu gravei a cara dele para sempre em minha memória, o jeans surrado e sujo, o casaco bege e vermelho – horroroso - , o cheiro ocri que vinha da boca na hora que ele falava e os dentes cariados e sujos – no fim, uma pessoa, apenas, para sentir-se pena.

entreguei meu dinheiro para ele, mas minha vontade era de avançar para cima e socá-lo, bater até ver sangue, até ele se arrepender do dia que subiu em cima de uma bicicleta com uma arma e decidiu que iria roubar as pessoas, mas não bastasse meu dinheiro, ele olhou pra mim e disse:

- manda o celular ai, também.

enfiei a mão no bolso, toquei no celular, pensei em todos os contatos que estava em meu chip, mas fotos de meus amigos da bahia, fotos de minha mãe, de minha cachorra, minhas músicas. a voz dele soou em meu ouvido:
“amanhã eu te ligo”.
meu celular tem um tipo de botão nas costas que faz abrir uma compartimento onde fica o chip e a bateria, tomei coragem e entreguei o celular apertando esse botão, quando ele pegou, o celular estava desmontado na mão ele.

- ei cara, me dá o chip ai – eu disse – esse chip não vai valer de nada para você.
- ta, eu te dou o chip – ele bufou visivelmente irritado, mas tirando o chip e me entregando.

quando ele fez sinal de que ia sair, já que não tinha mais nada para tirar de mim, eu disse:

- cara, você pegou todo meu dinheiro, eu morro na casa do caralho [eu senti muita vontade de falar palavrão nessa hora] e eu não tenho dinheiro pra voltar, me dá um real aí.

sim, eu comecei a dialogar com o bandido. ele enfiou a mão no bolso me devolveu minha moeda de um real que ele tinha acabado de roubar, se equilibrou na bicicleta e saiu tranquilo, simples assim. três minutos depois dele ter cruzado a esquina do colégio são josé um carro da policia passou na rua – too late.

ao menos eu fiquei com meu chip, consegui falar com ele e eu não precisei ir embora a pé. eis o primeiro assalto de minha vida, meu medo agora é passar a achar que isso é uma coisa normal. “a todo mundo passa por isso” como elas disseram. sim, todo mundo passa [ou passará], mas não deveria ser assim, não deveria ser assim. vou te contar...

sábado, 2 de maio de 2009

...por impulso, sem motivo ou lógica racional

desci do ônibus vazio de gente, atravessei a rua. um carro, outro carro, uma moto. eu parado na esquina. olhava a outra extremidade da rua, tão reta, tão calma, tão vazia, tão clichê... o barulho do vento nos fios acima de mim. o silêncio incomodo. meus músculos se contrairiam, tomei coragem, respirei fundo e me movi, corri. não saberia responder por que fiz isso, só fiz... corri e agora sei que há certas coisas que são assim, acontecem, são feitas [ou não - o que é pior].

[...]

eu correndo, o vendo frio, a loja de ração, a calçada suja auto mecânica, o brechó e a sorveteria, passei rápido, veio a igreja, a outra igreja, a floricultura, o muro quebrado, a casa do cachorro de três patas - e eu correndo - um turbilhão de pensamentos, e o vendo frio na cara, e o vento frio penetrando na roupa, cortando minha pele como navalhas. senti o sangue quente circulando incomodo nas veias, e o coração batendo rápido, mais rápido... e o coração batendo mais rápido? sim! eu ainda estou vivo.

o portão da casa, chave no cadeado, giro, entro, tranco... respiração ofegante, atravesso a garagem, e diante da porta do quarto que durmo, mão na maçaneta, puxo para baixo, entro, sento na cama, arranco o sapato, e o coração batendo forte, sim eu estou vivo e eu quero sentir algo.

titulo by - Jean; [via MSN]

sábado, 25 de abril de 2009

as 50 vantagens de ser gay [vou te contar... version]

alguém, que eu não me lembro quem, me mandou um e-mail intitulado como “as 50 vantagens de ser gay”; era um desses e-mails que ninguém sabe realmente quem é o verdadeiro autor, ao menos, lá não dizia quem era o inteligente. vou te contar... teve várias das tais 50 vantagens que eu discordei totalmente, exatamente por isso eu resolvi meter minha colher na mistura do bolo e modifiquei aqui e ali, veja o que deu.

50 vantagens de ser gay [vou te contar... version]

1. você não quer nem saber com quem julia roberts está transando.
sinceramente, eu quero. primeiro porque eu me sinto amiguíssima de julia [e outras celebrities] e depois porque eu quero ver se ela ta ou não pegando um bofe escândalo.

2. você chama todo mundo de "querida".
eu não acho que isso seja realmente uma vantagem, até porque nem todos fazem isso. eu particularmente não faço com tanta freqüência, mas faço.

3. você tem um amigo que é a cara do reynaldo gianechinni.
tenho? eu não! [damn!] alguém ai tem? me apresenta pelo amor de deus.

4. você reconhece a importância dos óculos escuros.
isso é verdade... mais do um mero acessório, os óculos escuros são, praticamente, mais uma parte do corpo de qualquer viado.

5. você pode estar numa boate lotada e conseguir paquerar o carinha que está do outro lado da pista.
essa é o verdadeiro, o sexto sentindo gay é fato!

6. você pode dizer a uma mulher que você a-do-rou a roupa dela, e estar se referindo à roupa MESMO.
é por isso que minhas amigas pedem minha opinião no look novo. é por isso que eu sou convidado para fazer a “gay consulta” a cada nova estação.

7. você sabe a diferença entre um rolo, um namorado e um amante.
nem todos, nem todos, o que tem de viado chiclete que não sabe sumir da vida da gente não ta escrito nem na bíblia.

8. suas amigas vão te contar tudo sobre os namorados delas. tudo mesmo.
[risos altos] verdade... e você fica molhadinha só de imaginar a putaria. mas se a beesha tiver etiqueta não vai cair de boca no oco das amigas, né?

9. você é o único tipo de homem que fala: "maravilhoso!"
depende da entonação, não é gata? se você salta um “maravilhoso!” seguido de pulinhos, um bate-cabelo e um bate-mão isso vai entregar que você não é coca e sim uma fanta, nesse caso, o “maravilhoso” vai ser o mínimo para lhe identificarem como gay. mas se você diz um “maravilhoso!” mais tranqüilo e contido ninguém não vai se importar, vai ser o mesmo que dizer: “comi pão com ovo” eii, não é: “comi a pão com ovo!”

10. você pode guardar em sua casa fotos de homens nus que você nem conhece.
mãe, não olhe debaixo de meu colchão, nem olha em meu computador a pasta “artigos filosóficos” [mil dicas]

11. você pode guardar em sua casa homens nus que você nem conhece.
você faz isso? eu não faço!

12. você sabe atender ao telefone como bette davis em "a malvada".
e mirar as pessoas com o mesmo olhar fulminante – é o poder!

13. você sabe porquê deus inventou o gel para cabelos.
por que provavelmente ele tinha um picumã escândalo e resolveu dividir o segredo com as amigas.

14. você sabe porquê deus inventou o ky.
prefiro não comentar... só seu que deus é irmã.

15. você pode sorrir para fazer alguém perceber que você está a fim.
a bee discreta e com classe usa desse artifício, né?

16. você pode sorrir para fazer alguém perceber que você não o suporta.
a bee mais discreta e com muito mais classe usa desse artifício.

17. você é amigo de mulheres que ninguém mais suporta.
as mulheres que ninguém mais suporta, possivelmente, são as mais invejadas, ou seja, as melhores, você provavelmente é uma pessoa invejada e por isso entende essas amapôs.

18. você sempre vai ter uma opinião polêmica.
sendo gay nessa sociedade, meu amor, vou te contar... a grande maioria das pessoas vão querer saber quem são os viados da balada mais do que sua opinião, mas seja uma beesha de opnião – ler jornal além da g magazine é bom!

19. você leu o livro, viu o filme, e comprou o cd do musical!
quem vive sem arte? principalmente pop art.

20. você sabe como se vestir "para fechar".
claro! com certeza, você está ligado nas altas tendências da moda, ou seja, você lê o uh-hu, fashion! e sabe quem foi coco channel.

21. você é o único na sua reunião de formandos escolares que está bem mais bonito do que na época da escola.
fato! e nada mais precisa ser comentado.

22. você sabe que sexo complica as coisas. e daí?
claro, e daí? sexo é bom e ninguém racionaliza ou filosofa de quatro.

23. o marido de uma amiga sua está interessado em você.
o pior [melhor] é se o ocó querer te pegar durante a festa do casamento – mil dicas. qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

24. ninguém te ensina o que fazer na cama. a menos que você peça.
experiência é tudo, meu amor.

25. você não tem vergonha de cantar nos videokês da vida.
eu não entendi muito bem essa, mas acho que fala de ser humilde, né?! ou de ter força de vontade de fazer acontecer.

26. você tem vergonha das pessoas que cantam nos videokês da vida.
aiin, dá uma peninha de certas pessoas, não dá?! mas é a vida, você é linda e fina – foda-se a amapô tosca.

27. você sabe como fazer aquela "entrada".
luxo, poder e sedução [always]

28. você sabe como fazer uma saída.
se você sabe entrar, com certeza, você saberá sair.

29. você se preocupa com pessoas que você nem conhece - como madonna.
mad é amiga intima de qualquer gay, né?! melhor xingar a mãe do viado do que xingar madonna.

30. você sabe programar seu vídeo-cassete.
por que a senhora é inteligente e antenada ou teve a esperteza de ler o manual.

31. você entende a vera fischer.
não só a vera, mas amy winehouse, britney spears, a lindsay lohan entre outras amigas que compartilham o padê.

32. a maioria dos seus amigos são seus ex-namorados.
... e a putaria rola a solta depois de uma três garrafas de tequila.

33. você fez do bronzeamento artificial uma arte.
quem não quer ser eternizada como uma mona lisa?!

34. você sabe quando uma festa acabou.
geralmente quando você decide ir embora...

35. você sabe para onde ir quando uma festa acabou.
motel? sua a casa ou a dele?

36. se o seu gato for fêmea, você jura que ela é lésbica.
[risos altos] melhor é quando você acha que ele é poodle e ele é um pitt bull.

37. se o seu gato for macho, você jura que ele é gay.
não vou mentir, morro de pena das gay que se apaixonam por heteros.

38. você gosta de cantar coisas como "i will always love you".
olha o close, bee! a senhora pode estar sendo filmada.

39. você provavelmente nunca será um pai de família.
amém! ... e se for, vá na áfrica adota uma negrinha e de quebra faz um marketing pessoal, com altas chances de aparecer no fantástico.

40. você provavelmente será aquele "tio" da família.
a criança chega na mãe e pergunta: “mãe o que o tio jarbas é do tio neto?” a mãe responde: “amigos, filho, só amigos...” a criança pensa e fala: “ué, e porque eles dormem na mesma cama?!” dica: afoga a criança no poço!

41. você tem um bichinho da disney em cima da sua cama. e é o tico ou o teco.
sinceramente eu não gosto nem do tico nem do teco, mas tenho um bicho de pelúcia em cima de minha cama.

42. você já leu um monte de biografias de astros do cinema.
afinal de contas você precisa saber os bafões das amigas.

43. você é o maior fã de madonna existente no mundo.
e inclusive é ela quem esta cantando no itunes agora.

44. você sabe de côr cada frase de "o casamento do meu melhor amigo".
classicão, mas concordem comigo que tem filmes melhores, bem melhores.

45. você possui 540 formas de mostrar a alguém que o caso já era. 520 são não-verbais.
volte e leia o número 16 [mil dicas]

46. você nunca vai ouvir sua mãe reclamar da sua esposa.
ha ha ha ... e sendo bem realistas, se você conseguir apresentar seu marido pra ela, eu solto uma caixa de fogos de artifício.

47. suas amigas não vão conseguir roubar seu namorado.
... e vão morrer de inveja, porque ele será, na maioria das vezes, mais bonito [e melhor] que os delas. cuidado com o olho gordo, irmãs.

48. seus amigos vão tentar [e talvez conseguir!] roubar seu namorado.
eis um fato bastante desagradável, do qual, eu não vejo nenhuma vantagem, há não ser, a possibilidade de você roubar de volta ou roubar o dele também.

49. você nunca vai dizer ao seu namorado: "estou grávido. e agora?"
a melhor de todas [ever] não ter um útero é realmente uma vantagem enorme.

50. quando alguém te encher o saco, você pode dizer à vontade: "meu cu!"
oh, sim! todo viado [passiva ou ativa] sabe as vantagens de ter um cu e gostar de cu.

domingo, 19 de abril de 2009

olha, olha o quanto ela é linda...


aii, se eu pudesse, eu gritaria para o mundo inteiro ouvir o quanto eu amo essa mulher.
tanta, mais tanta saudade de minha mãe!

terça-feira, 14 de abril de 2009

história 176: tarde da calcinha ou é no terminal mesmo

no terceiro período de moda, um dos projetos é a confecção de calcinhas eróticas. como eu sou bem relacionado [pretensão mode on] e me envolvo com as veteranas da faculdade, elas me convidaram para sair com elas atrás das rendas e outros acessorios para a confecção da calcinha na casa da carol.
no intervalo da faculdade eu comi amendoin japonês e café cremoso. na rua com andressa e barbara comemos uma empada horrível na wings - segundo barbara, a "dois corações" é melhor -, com direito a tentativa de suicídio no meio da av. XV e o carro de esgoto parar e começar a limpar o esgoto que ficava exatamente em frente à lanchonete que a gente estava.
na casa de carol, entre problemas matemáticos com jesus como personagem principal, leitura de blogs tosco, visualização de profile de biscates no orkut e a confecção das calcinhas, claro! muito bondosa, a mãe de carol nos trouxe uma mesa de café, e eu comi - ah, claro que sim! e não comi pouco. na hora de voltar pra casa ganhei uma carona da mãe de andy até o terminal do hauer, no trajeto minha barriga começou a se manifestar, o que não era pra menos, já que eu tinha misturado tanta coisa, mas tenho pra mim, que foi aquela empada misturada a má vontade daquela garçonete na wings que me deu um nó na barriga. no carro, enquanto conversavamos minha barriga doia fortemente, eu suava e fazia a fina para ninguém perceber minha tragédia.
desci no terminal do hauer - que não é um barro nobre de curitiba, diga-se de passagem - e fiquei a esperar o circular sul, mas nada do ônibus chegar, e cada vez mais minha barriga doia... e veio aquela vontade matadora de ir ao banheiro para fazer o numero dois. olhei para a extremidade do terminal, o banheiro sujo, mal cheiroso e todo quebrado me pareceu tão convidativo, tão luxuoso que eu não tive duvidas, ia ser ali mesmo, ou seria nas calças - o bafão que eu não podia pagar, né?!
entrei no banheiro receoso, meio com duvida. o cheiro, nem precisa comentar, nas paredes toda sorte de pichação: "se você é ativo liguei 8850...", "eu comi o alemão", "zona sul, nois caga e mija em cima" enfim... entrei no banheiro individual, minha barriga fez um manifestação sonora eu não consegui pensar em mais nada, apenas abaixei minha calça e (sem sentar no vaso sanitário) me aliviei, segurando a porta com as mãos por que não tinha tinha trava - detalhe. depois de tudo liberado, eu lindamente aliviado, pensei: "oh, e o papel?!" qual papel? não tinha papel... sorte que eu estava com a pasta cheia de folhas A3 da matéria de representação técnica, meti a mão na pasta peguei uma folha qualquer e limpei com ela mesmo... folha A3 é bom que é grande, né?! voltei para a plataforma linda e fina, peguei meu ônibus e voltei pra casa feliz.
... mas a história não para por aí, na semana seguinte, ana começa a aula de representação técnica. "gente, lembra das figuras que fizemos na aula passada? nós vamos usá-las agora" peguei minha pasta, olhei dentro da pasta inteira e minha folha não estava lá. ops! ela foi usada há uma semana atrás, vou te contar...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

150 milhões de anos depois...

... e se vocês ouvirem falar de alguém matando gente em curitiba a esmo, sou eu!
por quê? falta de internet.
see U soon ... i hope!

segunda-feira, 30 de março de 2009

manifestação | salvem a arte

tudo começou com a maquiagem no rosto. caras brancas, bocas vermelhas e lagrimas desenhadas na face esquerda.
palhaços tristes, pintores cegos, cantores mudos, atores amarrados. maquiados, mas não para uma festa, íamos para uma manifestação, um protesto contra o fechamento do teatro e da escola de arte de são josé dos pinhais, um protesto contra a injustiça. seriamos um grito de coragem no meio da multidão que prefere se calar.






nas ruas, as armas eram as vozes, o som estridente dos apitos, as pernas, a força para andar, gritar, reivindicar e crer que tudo pode ser diferente. as armas eram a coragem, a esperança de que o melhor pode – deve – acontecer, a vontade de mudar, mesmo sabendo que somos alguns poucos grãos de areia, que podem ser tragados pelo mar de hipocrisia e ignorância que nos rodeia. mas mesmo sendo poucos, somos os poucos que, ao menos, tentam fazer a diferença, somos os que protestam diante das injustiças, somos os que não se calam, os que querem ver o mundo melhor e que lutam por isso deixe de ser idealismo e se torne realidade.




nas ruas os olhares curiosos, olhos que criticam, olhos que acham graça, olhos que aprovam. tantos pararam sua marcha frenética para nos observar, tantos nos assistia das janelas, das portas das casas e lojas. nossas vozes foram ouvidas – ah, disso ninguém tem duvida. por que se a proposta era mudar, que mude para melhor. retroceder, jamais!


quinta-feira, 19 de março de 2009

pra fora de casa...

eu cheguei em Curitiba focado num objetivo: estudar e me tornar um jornalista de moda.
eis que surgiu uma oportunidade de escrever uma critica de um livro recém lançado no mercado curitibano, com o título: Alfaiatarias em Curitiba.

meu primeiro texto na área, meu primeiro texto que posso chamar de trabalho ou profissional, um momento singular na minha vida. estou feliz, muito feliz.

e para quem quiser conferir, o link: www.revedemode.blogspot.com

quarta-feira, 18 de março de 2009

eu [não] estava sozinho

- hoje eu te vi passando na wenceslau brás acompanhado.
foi assim que ele começou a conversa. eu, ao ouvir a frase, confesso, gelei. por que, sim! eu estava na av. wenceslau brás, e não, eu não estava acompanhado.

- que horas?! - eu perguntei. afinal, ele poderia estar confundindo, não é?!
- à tarde.

ops! eu estava lá à tarde, mas ele só poderia estar se confundido, eu estava sozinho.

- ué, eu estava lá mesmo, mas não estava acompanhado.
- não, você estava acompanhado, eu vi!

ele só podia estar doido, coitado! tão novo e gaga, só podia ser loucura, eu estava sozinho.

- você está me confundindo, eu tenho certeza. eu estava lá, mas eu estava sozinho.
- você estava com a melhor das companhia, você estava com você mesmo, eu vi.

houve os básicos 30 segundos de silêncio e pensamento profundo. sim, ele estava certo. sim, eu estava a companhado, eu estava comigo. comigo mesmo, porque toda redundância será perdoada.

foi a partir desse dia que eu passei a ter meus [primeiros] melhores momentos comigo. pode até soar como um texto egoísta, talvez seja mesmo, não sei. só sei que pensar, observar, caminhar, pensar de novo e de novo, é, muitas vezes, uma das coisas mais agradável que a gente pode fazer. sentar à num sacada de um shopping e ler, caminhar numa avenida movimenta observando as pessoas e carros que passam frenéticos, sentar num banco de uma praça ou parque e ver crianças, mães e babas, adolescentes aos beijos e velhos com seus jogos de cartas ou damas, passar a tarde inteira entre galerias de arte, brechós e museus no largo, assim sozinho - como eu pensava estar - é um momento tão singular, tão próprio, tão primeira pessoa do singular, tão bom, que eu não poderia descrever. e eis que minha companhia passou a ser a melhor de todas as companhia.

é por isso que eu digo, si você não se sente bem ao seu próprio lado, outras pessoas não vão sentir, também. se você não se suportar, outras pessoas não vão lhe suportar. e não temo em afirmar, melhor companhia que a sua não há - ao menos a minha, não tem preço. vou te contar...

sábado, 14 de março de 2009

sexta-feira 13 | aniversário de 2 anos

e pensar que ontem eu fiquei a tarde inteira pensando no que escrever no blog. algo me dizia para não escrever a história do velho psiu!, mas acabei escrevendo mesmo assim... e faltando exatos 13 minutos para meia noite, eu descobri que o "vou te contar..." estava fazendo 2 anos de idade e numa sexta-feira 13 - uii, que medo! ... e andy foi a única pessoa que conseguiu me dar os parabéns antes que terminasse o dia - eu disse que ia contar no blog, não disse?!


antes tarde do que nunca, né?! mas estou me sentindo um pai desnaturado que esquece o aniversário do filho. fico me lembrando de quando tudo começou - aii, aniversários são tão nostálgicos - no começo a ideia era ser um blog anônimo e olha no que virou?! ...no começo era weblogger template de cantora japonesa, e eu nem sabia que era HTML, depois veio blogspot, o XML e um jarbas, louco copiando e colando os texto do weblogger pra o blogspot - coragem!

essa é a hora que pensamos no futuro, fazemos planos e dizemos o que desejamos... mas falar de futuro tem me dado uma antipatia tão grande que eu resumo a apenas dizer: "que melhore, que melhore cada vez mais!"


feliz aniversário para meu blog, feliz aniversário do blog pra mim. enquanto estiver acontecendo coisas, vocês já sabem, vou te contar...

sexta-feira, 13 de março de 2009

história 175: psiu, boy!

é o engraçado me ver tendo que desconstruir, aqui em curitiba, várias de minhas condutas. são coisinhas bobas, pequenas manias. coisinhas que você fazia e que nem sempre é entendido por pessoas que não faz parte de sua cultura tão diferente, etc e tal.

umas dessas pequenas manias que eu tinha [tenho?], era um tal "código" de nunca olhar para alguém que dissesse "psiu!" comigo na rua e responder apenas se dissessem meu nome. sim, numa cidade de 4 mil habitantes, onde todos conhecem todos, isso funcionava, mas agora, num cidade grande, numa capital, é certo afirmar que o "código do psiu!" não dá certo, afinal, quase ninguém me conhece ou sabe meu nome.

eu desci no terminal do portão e decidi ir numa papelaria que tinha ali por perto. quem conhece o terminal do portão sabe que ao lado tem uma praça, pois foi essa praça que eu estava atravessando quando eu escuto um "psiu!" outro, outro, outro e outro. pensei: "será que é comigo?!" e o som do "psiu" continuava... resolvi olhar pra trás e deslumbro com um senhor, sorriso largo no rosto, dentro de um fox vermelho - esse, ao menos, tinha cabelo. quando eu olhei ele sorrio e acenou pra mim, fez um gesto com as mãos me chamando. eu ri, sem querer acreditar na situação, eu voltei a caminhar - outro velho na lista?! não, não dá. ele falou: "psiu, boy. volta aqui, boy. é com você mesmo que eu tô falando" eu nem olhei, afastei sorrindo, imaginando o que eu tenho para atrair tanto o publico geriatrico.

será que tem algo haver com feromonios?
enfim, não cheguei a uma conclusão, agora são quase três meses e eu não beijei ninguém em curitiba, e a vida segui, vou te contar...

quarta-feira, 11 de março de 2009

...das coisas que eu escuto #2.

"oba! o amor ainda existe..."

biarticulado circular sul | sentido terminal do portão

por milagre de deus o circular sul não estava lotado, às 15 hrs é, talvez, o melhor horario para pegar ônibus em curitiba. sentei na poltrona do corredor deixando a poltrona ao lado da janela vazia. ela se pôs ao meu lado, pediu licença com uma voz mansa e um sorri branco na boca, sentou-se. olhos miúdos, cabelo liso e preso com uma fita verde, bochecha rosada e roupa composta.

o ronco do motor e o ônibus começou a andar, ao mesmo tempo o celular dela tocou, como se tivessem combinado. ela tira o v-3 rosa do bolso:

- alô?
[...]
- oi, meu amor, tudo bem?
[...]
- tudo bem, sim... não, voltando da faculdade agora, a professora faltou.
[...]
- a verdade é que estou sem planos.
[...]
- adorei a ideia... já que você vai em casa, vou fazer um bolo pra você dai.
[...]
- tá, de chocolate... dai a gente fica namorandinho a tarde inteira, estou com saudades.
[...]
[risos]
- te amo, sabia?!
[...]
- tá, leva coca zero dai, é minha preferida... tá?
[...]
- te esperando lá... também te amo, beijos amor.

ela guardou o celular no bolso, olhou pra mim, um sorriso singelo trocado. ela ficou com a bochecha mais rosada. não falamos nada, dois tubos depois ela desceu. eu continuei no ônibus, continuei a mirar o horizonte de predios do centro. agradeci por escutado aquele dialogo. "sim, ainda existi amor" pensei, e desejei viver isso um dia. vou te contar... nem tudo no mundo é bizarro e essa é das coisas que eu escuto!

segunda-feira, 9 de março de 2009

i got the challenge...

selinho do mike. selo esse, que me agradou muito, pois é um selo para os blogs que fazem sorrir.

bem, a regra, graça a deus, é dizer sete coisas que te faz rir... mas a viada não satisfeita me colocou num outro desafio, dizer 7 coisas sobre mim, 7 desejos e um criar um acrostico. e lá vamos nós...



7 coisas que me fazem rir:

1. os seres humanos em geral.
2. sarah silverman.
3. black bitch personality.
4. marcelo adnet.
5. evandro dos santos.
6. vídeos do youtube.
7. terça-insana.

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Desafio 1
7 coisas sobre mim:

1. tenho humor ácido e negro, por muito confundido por preconceito.
2. não gosto de chocolate.
3. acho que batata é uma das melhores coisas que existe pra comer.
4. cerveja é minha bebida preferida.
5. cueca é minha peça de roupa preferida.
6. eu calço 39/40 mesmo tento 1,86m de altura.
7. eu amo frio.


Desafio 2
7 desejos:

1. ver e abraçar minha mãe.
2. um bom emprego.
3. namorar.
4. aprender a desenhar.
5. a jaqueta amarela que uma thurma usa no filme kill bill.
6. tênis nike dunk high sb branco e verde.
7. 150 cuecas calvin clein e aussiebum.


... e o acrostico?

Macho, mesmo debaixo de outro macho.
Inteligente, claro, você já leu o blog dele?!
Kkkk, não sei mesmo, o que dizer com 'k'.
Estilo não lhe falta, baby.

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... e eu passo a bola para:

1. a casa das sete 'micheles'
2. râzi.
3. sam.
4. fast love.
5. à espera de um busão.
6. loserbaby!
7. confissões a esmo


that's it, people!

sábado, 7 de março de 2009

história 174: a pantera idosa

era mais uma tarde que eu tinha que chegar da faculdade, trocar de roupa, engolir meu almoço e sair correndo para o caldeirão do inferno, que eu chamava de trabalho. eu sai correndo em direção ao tubo da wenceslau bras. caminhei as quatro quadras necessárias e cheguei na tal avenida.

de cada lado do jardim que corta a avenida ao meio, um tubo.

|pause|

eu sei, falar de tubo, biarticulado e todos os afins do sistema de transporte publico de curitiba pra quem nunca esteve ou esteve e não entende, é complicado. vamos para um breve explicação: tubo são mini estações onde você paga R$ 2,20 [um roubo] para entrar, nessa mini estação você pode pegar ônibus que te levará a terminais para fazer outras conexões ou para outras mini estações, tudo isso pagando uma única passagem, eis a vantagem! ah, é bom lembrar que quando há um tubo num sentido, geralmente a outro tubo em frente no sentido contrario [mão e contra mão]

|play|

atravessei a rua, um senhor me observava enquanto eu me direcionava para o tubo. uma breve descrição desse senhor: velho, meio careca - daqueles só tem cabelo dos lados, tipo palhaço, barriga de chopp, calça quase no peito e nariz grande.

esse velho não tirava os olhos de mim. entrei no tubo sentido hauer ele no tubo sentido portão. eu era o único dentro do tubo, lá dentro eu fui para o canto, guardei meu dinheiro na carteira e fui para a fila, melhor, comecei uma fila, por que em curitiba, para tudo se faz fila. não é que o velho de lá do outro lado do tubo olhou pra mim mostrou os dentes tipo uma pantera, colocou a língua para fora e ficou balançando para cima e para baixo. eu tive uns 10 segundos estagnação total, pensei: "parem o mundo, eu quero descer!". eu não queria acreditar que aquilo estava acontecendo. olhei para dentro do tubo, sim, eu estava sozinho. olhei para o cobrador, mas esse lia uma livro sobre adestramento de cães de médio porte. era, era comigo. olhei de novo para o senhor, e dessa vez ele pegava no saco, coçava exageradamente olhando pra mim... olhei pra o lado de novo, morrendo de vontade de rir. olhei de novo para o velho, eis que ele faz aquilo com a língua outra, não dava mais. fiz a egípcia e cai risada, por sorte em menos de dois minutos outras pessoas entraram no tubo e se dispuseram atrás do meu lado, o velho parou, meu ônibus chegou e eu fiz trabalhar imaginando transar com aquele criatura. pense, o pau de tão mole que nem dá pra chupar, tem que mascar feito um chiclete.

é, paquera na terceira idade é uma realidade, antes que caiam em cima de mim dizendo que eu tenho preconceito com velhos, vou logo dizendo, não, eu não tenho, mas também não tenho interesse nos mesmo; e assim e vida segue em curitiba, vou te contar...

terça-feira, 3 de março de 2009

[sem título]

antigamente eu era uma pessoa feliz que frequentava supermercados e me perguntava porque os operadores de caixa eram pessoas tão carrancudas e desiludidas. na ultima semana eu olhava para as pessoas felizes que frequentam supermercados e me lembrava de quando eu era uma delas. hoje, eu estou livre. pedi demissão do inferno. capeta, adeus esqueça meu endereço e telefone!

... e se me perguntarem:
"...e agora, josé?"
eu simplesmente vou levantar as mãos, abrir mais os olhos, enrugar a testa e entortar a boca, ou seja, não sei.

sem explicações de "por quês" não tô com paicência para assuntos chatos. o sentimento é contraditório, admito. fiz o que senti vontade de fazer, mas não sei se fiz o certo. dizem que seguir o coração sempre dá certo. será?

preciso de dinheiro - fato! e não tenho tempo para imaginações e fantasias. tenho o rumo e vou segui-lo. outras coisas me incomoda, mas não valem a pena serem citadas e por favor, não me digam:
"você está no começo, menino!" eu já sei disso, mas o boleto bancário da mensalidade da faculdade, não.

para esse texto não ficar mais chato do que já está, eu termino agora.
kisses
callme

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

amendoim japonês

ela sentou-se robótica no ônibus vermelho. sentou-se próximo à porta número três, a porta pela qual as pessoas entram. gostava de observar as pessoas que entrava no ônibus vermelho. um velho senta-se ao seu lado, o cheiro forte de naftalina devia sua atenção, a mãe com a criança reclamando, a venha magra, a moça gorda, o senhor de terno e grava. ela sente vontade de espirar, mas a vontade passa. "que raiva, odeio perder espirro!"

dez anos desde a morte do pai, dez anos que vive apenas com a mãe, dez anos que seu dinheiro é contado, sua vida é regrada e nada pode ser esbanjado. dez anos que ela sonha. afinal, sonhar não paga imposto. dez anos que ela tem vontade.

ele entra, barba por fazer, mochila preta nas costas, casaco folgado, na mão um saco de amendoim japonês. os preferidos dela, os que há meses ela não come. a boca enche d'água ela deseja, ao menos, um amendoim, mas nunca teria coragem de pedir. olha fixamente para cada uma bolinha disoforme, marrom, texturizada. lembra do gosto do salgado à boca, lembra do som da casca grossa estrourando na boca. lembra... remexe no bolso, alguma moedas contadas. sente vontade de descer do ônibus e comprar um saco igual. odeia a vida que leva, odeia as limitações que vivi, odeia esse sentimento e querer e não poder, a vontade de comer e não poder. as vontades...

para sua perdição ele abre o pacote, o cheio intenso invade sua narinas, um oceano se forma na boca, o cheiro salgado a envolve. o som dos amendoins estourando na boca dele, tudo mais intenso do que deveria. ela fecha os olhos se vê num campo, céu claro sem nuvens, campo verde, em sua mão um saco de amendoin japonês, ela senta na grama macia e come despreocupadamente, um por um. o ronco do motor e ela é arrancada de seu devaneio. abri os olhos e mira ele mais uma vez, mastigando feliz, o saco cheio. ela promete a si mesma, um dia teria uma um casa, e nessa casa haveria uma banheira e um dia encheria essa banheira e tomaria banho de amendoim japonês.