segunda-feira, 30 de março de 2009

manifestação | salvem a arte

tudo começou com a maquiagem no rosto. caras brancas, bocas vermelhas e lagrimas desenhadas na face esquerda.
palhaços tristes, pintores cegos, cantores mudos, atores amarrados. maquiados, mas não para uma festa, íamos para uma manifestação, um protesto contra o fechamento do teatro e da escola de arte de são josé dos pinhais, um protesto contra a injustiça. seriamos um grito de coragem no meio da multidão que prefere se calar.






nas ruas, as armas eram as vozes, o som estridente dos apitos, as pernas, a força para andar, gritar, reivindicar e crer que tudo pode ser diferente. as armas eram a coragem, a esperança de que o melhor pode – deve – acontecer, a vontade de mudar, mesmo sabendo que somos alguns poucos grãos de areia, que podem ser tragados pelo mar de hipocrisia e ignorância que nos rodeia. mas mesmo sendo poucos, somos os poucos que, ao menos, tentam fazer a diferença, somos os que protestam diante das injustiças, somos os que não se calam, os que querem ver o mundo melhor e que lutam por isso deixe de ser idealismo e se torne realidade.




nas ruas os olhares curiosos, olhos que criticam, olhos que acham graça, olhos que aprovam. tantos pararam sua marcha frenética para nos observar, tantos nos assistia das janelas, das portas das casas e lojas. nossas vozes foram ouvidas – ah, disso ninguém tem duvida. por que se a proposta era mudar, que mude para melhor. retroceder, jamais!


quinta-feira, 19 de março de 2009

pra fora de casa...

eu cheguei em Curitiba focado num objetivo: estudar e me tornar um jornalista de moda.
eis que surgiu uma oportunidade de escrever uma critica de um livro recém lançado no mercado curitibano, com o título: Alfaiatarias em Curitiba.

meu primeiro texto na área, meu primeiro texto que posso chamar de trabalho ou profissional, um momento singular na minha vida. estou feliz, muito feliz.

e para quem quiser conferir, o link: www.revedemode.blogspot.com

quarta-feira, 18 de março de 2009

eu [não] estava sozinho

- hoje eu te vi passando na wenceslau brás acompanhado.
foi assim que ele começou a conversa. eu, ao ouvir a frase, confesso, gelei. por que, sim! eu estava na av. wenceslau brás, e não, eu não estava acompanhado.

- que horas?! - eu perguntei. afinal, ele poderia estar confundindo, não é?!
- à tarde.

ops! eu estava lá à tarde, mas ele só poderia estar se confundido, eu estava sozinho.

- ué, eu estava lá mesmo, mas não estava acompanhado.
- não, você estava acompanhado, eu vi!

ele só podia estar doido, coitado! tão novo e gaga, só podia ser loucura, eu estava sozinho.

- você está me confundindo, eu tenho certeza. eu estava lá, mas eu estava sozinho.
- você estava com a melhor das companhia, você estava com você mesmo, eu vi.

houve os básicos 30 segundos de silêncio e pensamento profundo. sim, ele estava certo. sim, eu estava a companhado, eu estava comigo. comigo mesmo, porque toda redundância será perdoada.

foi a partir desse dia que eu passei a ter meus [primeiros] melhores momentos comigo. pode até soar como um texto egoísta, talvez seja mesmo, não sei. só sei que pensar, observar, caminhar, pensar de novo e de novo, é, muitas vezes, uma das coisas mais agradável que a gente pode fazer. sentar à num sacada de um shopping e ler, caminhar numa avenida movimenta observando as pessoas e carros que passam frenéticos, sentar num banco de uma praça ou parque e ver crianças, mães e babas, adolescentes aos beijos e velhos com seus jogos de cartas ou damas, passar a tarde inteira entre galerias de arte, brechós e museus no largo, assim sozinho - como eu pensava estar - é um momento tão singular, tão próprio, tão primeira pessoa do singular, tão bom, que eu não poderia descrever. e eis que minha companhia passou a ser a melhor de todas as companhia.

é por isso que eu digo, si você não se sente bem ao seu próprio lado, outras pessoas não vão sentir, também. se você não se suportar, outras pessoas não vão lhe suportar. e não temo em afirmar, melhor companhia que a sua não há - ao menos a minha, não tem preço. vou te contar...

sábado, 14 de março de 2009

sexta-feira 13 | aniversário de 2 anos

e pensar que ontem eu fiquei a tarde inteira pensando no que escrever no blog. algo me dizia para não escrever a história do velho psiu!, mas acabei escrevendo mesmo assim... e faltando exatos 13 minutos para meia noite, eu descobri que o "vou te contar..." estava fazendo 2 anos de idade e numa sexta-feira 13 - uii, que medo! ... e andy foi a única pessoa que conseguiu me dar os parabéns antes que terminasse o dia - eu disse que ia contar no blog, não disse?!


antes tarde do que nunca, né?! mas estou me sentindo um pai desnaturado que esquece o aniversário do filho. fico me lembrando de quando tudo começou - aii, aniversários são tão nostálgicos - no começo a ideia era ser um blog anônimo e olha no que virou?! ...no começo era weblogger template de cantora japonesa, e eu nem sabia que era HTML, depois veio blogspot, o XML e um jarbas, louco copiando e colando os texto do weblogger pra o blogspot - coragem!

essa é a hora que pensamos no futuro, fazemos planos e dizemos o que desejamos... mas falar de futuro tem me dado uma antipatia tão grande que eu resumo a apenas dizer: "que melhore, que melhore cada vez mais!"


feliz aniversário para meu blog, feliz aniversário do blog pra mim. enquanto estiver acontecendo coisas, vocês já sabem, vou te contar...

sexta-feira, 13 de março de 2009

história 175: psiu, boy!

é o engraçado me ver tendo que desconstruir, aqui em curitiba, várias de minhas condutas. são coisinhas bobas, pequenas manias. coisinhas que você fazia e que nem sempre é entendido por pessoas que não faz parte de sua cultura tão diferente, etc e tal.

umas dessas pequenas manias que eu tinha [tenho?], era um tal "código" de nunca olhar para alguém que dissesse "psiu!" comigo na rua e responder apenas se dissessem meu nome. sim, numa cidade de 4 mil habitantes, onde todos conhecem todos, isso funcionava, mas agora, num cidade grande, numa capital, é certo afirmar que o "código do psiu!" não dá certo, afinal, quase ninguém me conhece ou sabe meu nome.

eu desci no terminal do portão e decidi ir numa papelaria que tinha ali por perto. quem conhece o terminal do portão sabe que ao lado tem uma praça, pois foi essa praça que eu estava atravessando quando eu escuto um "psiu!" outro, outro, outro e outro. pensei: "será que é comigo?!" e o som do "psiu" continuava... resolvi olhar pra trás e deslumbro com um senhor, sorriso largo no rosto, dentro de um fox vermelho - esse, ao menos, tinha cabelo. quando eu olhei ele sorrio e acenou pra mim, fez um gesto com as mãos me chamando. eu ri, sem querer acreditar na situação, eu voltei a caminhar - outro velho na lista?! não, não dá. ele falou: "psiu, boy. volta aqui, boy. é com você mesmo que eu tô falando" eu nem olhei, afastei sorrindo, imaginando o que eu tenho para atrair tanto o publico geriatrico.

será que tem algo haver com feromonios?
enfim, não cheguei a uma conclusão, agora são quase três meses e eu não beijei ninguém em curitiba, e a vida segui, vou te contar...

quarta-feira, 11 de março de 2009

...das coisas que eu escuto #2.

"oba! o amor ainda existe..."

biarticulado circular sul | sentido terminal do portão

por milagre de deus o circular sul não estava lotado, às 15 hrs é, talvez, o melhor horario para pegar ônibus em curitiba. sentei na poltrona do corredor deixando a poltrona ao lado da janela vazia. ela se pôs ao meu lado, pediu licença com uma voz mansa e um sorri branco na boca, sentou-se. olhos miúdos, cabelo liso e preso com uma fita verde, bochecha rosada e roupa composta.

o ronco do motor e o ônibus começou a andar, ao mesmo tempo o celular dela tocou, como se tivessem combinado. ela tira o v-3 rosa do bolso:

- alô?
[...]
- oi, meu amor, tudo bem?
[...]
- tudo bem, sim... não, voltando da faculdade agora, a professora faltou.
[...]
- a verdade é que estou sem planos.
[...]
- adorei a ideia... já que você vai em casa, vou fazer um bolo pra você dai.
[...]
- tá, de chocolate... dai a gente fica namorandinho a tarde inteira, estou com saudades.
[...]
[risos]
- te amo, sabia?!
[...]
- tá, leva coca zero dai, é minha preferida... tá?
[...]
- te esperando lá... também te amo, beijos amor.

ela guardou o celular no bolso, olhou pra mim, um sorriso singelo trocado. ela ficou com a bochecha mais rosada. não falamos nada, dois tubos depois ela desceu. eu continuei no ônibus, continuei a mirar o horizonte de predios do centro. agradeci por escutado aquele dialogo. "sim, ainda existi amor" pensei, e desejei viver isso um dia. vou te contar... nem tudo no mundo é bizarro e essa é das coisas que eu escuto!

segunda-feira, 9 de março de 2009

i got the challenge...

selinho do mike. selo esse, que me agradou muito, pois é um selo para os blogs que fazem sorrir.

bem, a regra, graça a deus, é dizer sete coisas que te faz rir... mas a viada não satisfeita me colocou num outro desafio, dizer 7 coisas sobre mim, 7 desejos e um criar um acrostico. e lá vamos nós...



7 coisas que me fazem rir:

1. os seres humanos em geral.
2. sarah silverman.
3. black bitch personality.
4. marcelo adnet.
5. evandro dos santos.
6. vídeos do youtube.
7. terça-insana.

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Desafio 1
7 coisas sobre mim:

1. tenho humor ácido e negro, por muito confundido por preconceito.
2. não gosto de chocolate.
3. acho que batata é uma das melhores coisas que existe pra comer.
4. cerveja é minha bebida preferida.
5. cueca é minha peça de roupa preferida.
6. eu calço 39/40 mesmo tento 1,86m de altura.
7. eu amo frio.


Desafio 2
7 desejos:

1. ver e abraçar minha mãe.
2. um bom emprego.
3. namorar.
4. aprender a desenhar.
5. a jaqueta amarela que uma thurma usa no filme kill bill.
6. tênis nike dunk high sb branco e verde.
7. 150 cuecas calvin clein e aussiebum.


... e o acrostico?

Macho, mesmo debaixo de outro macho.
Inteligente, claro, você já leu o blog dele?!
Kkkk, não sei mesmo, o que dizer com 'k'.
Estilo não lhe falta, baby.

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... e eu passo a bola para:

1. a casa das sete 'micheles'
2. râzi.
3. sam.
4. fast love.
5. à espera de um busão.
6. loserbaby!
7. confissões a esmo


that's it, people!

sábado, 7 de março de 2009

história 174: a pantera idosa

era mais uma tarde que eu tinha que chegar da faculdade, trocar de roupa, engolir meu almoço e sair correndo para o caldeirão do inferno, que eu chamava de trabalho. eu sai correndo em direção ao tubo da wenceslau bras. caminhei as quatro quadras necessárias e cheguei na tal avenida.

de cada lado do jardim que corta a avenida ao meio, um tubo.

|pause|

eu sei, falar de tubo, biarticulado e todos os afins do sistema de transporte publico de curitiba pra quem nunca esteve ou esteve e não entende, é complicado. vamos para um breve explicação: tubo são mini estações onde você paga R$ 2,20 [um roubo] para entrar, nessa mini estação você pode pegar ônibus que te levará a terminais para fazer outras conexões ou para outras mini estações, tudo isso pagando uma única passagem, eis a vantagem! ah, é bom lembrar que quando há um tubo num sentido, geralmente a outro tubo em frente no sentido contrario [mão e contra mão]

|play|

atravessei a rua, um senhor me observava enquanto eu me direcionava para o tubo. uma breve descrição desse senhor: velho, meio careca - daqueles só tem cabelo dos lados, tipo palhaço, barriga de chopp, calça quase no peito e nariz grande.

esse velho não tirava os olhos de mim. entrei no tubo sentido hauer ele no tubo sentido portão. eu era o único dentro do tubo, lá dentro eu fui para o canto, guardei meu dinheiro na carteira e fui para a fila, melhor, comecei uma fila, por que em curitiba, para tudo se faz fila. não é que o velho de lá do outro lado do tubo olhou pra mim mostrou os dentes tipo uma pantera, colocou a língua para fora e ficou balançando para cima e para baixo. eu tive uns 10 segundos estagnação total, pensei: "parem o mundo, eu quero descer!". eu não queria acreditar que aquilo estava acontecendo. olhei para dentro do tubo, sim, eu estava sozinho. olhei para o cobrador, mas esse lia uma livro sobre adestramento de cães de médio porte. era, era comigo. olhei de novo para o senhor, e dessa vez ele pegava no saco, coçava exageradamente olhando pra mim... olhei pra o lado de novo, morrendo de vontade de rir. olhei de novo para o velho, eis que ele faz aquilo com a língua outra, não dava mais. fiz a egípcia e cai risada, por sorte em menos de dois minutos outras pessoas entraram no tubo e se dispuseram atrás do meu lado, o velho parou, meu ônibus chegou e eu fiz trabalhar imaginando transar com aquele criatura. pense, o pau de tão mole que nem dá pra chupar, tem que mascar feito um chiclete.

é, paquera na terceira idade é uma realidade, antes que caiam em cima de mim dizendo que eu tenho preconceito com velhos, vou logo dizendo, não, eu não tenho, mas também não tenho interesse nos mesmo; e assim e vida segue em curitiba, vou te contar...

terça-feira, 3 de março de 2009

[sem título]

antigamente eu era uma pessoa feliz que frequentava supermercados e me perguntava porque os operadores de caixa eram pessoas tão carrancudas e desiludidas. na ultima semana eu olhava para as pessoas felizes que frequentam supermercados e me lembrava de quando eu era uma delas. hoje, eu estou livre. pedi demissão do inferno. capeta, adeus esqueça meu endereço e telefone!

... e se me perguntarem:
"...e agora, josé?"
eu simplesmente vou levantar as mãos, abrir mais os olhos, enrugar a testa e entortar a boca, ou seja, não sei.

sem explicações de "por quês" não tô com paicência para assuntos chatos. o sentimento é contraditório, admito. fiz o que senti vontade de fazer, mas não sei se fiz o certo. dizem que seguir o coração sempre dá certo. será?

preciso de dinheiro - fato! e não tenho tempo para imaginações e fantasias. tenho o rumo e vou segui-lo. outras coisas me incomoda, mas não valem a pena serem citadas e por favor, não me digam:
"você está no começo, menino!" eu já sei disso, mas o boleto bancário da mensalidade da faculdade, não.

para esse texto não ficar mais chato do que já está, eu termino agora.
kisses
callme