quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

S é para Simpatizante ou a Heterossexualidade ainda existe

Um amigo heterossexual convicto, que eu poderia dizer para qualquer pessoa que não tem problema nenhum em conviver com gays [sou prova viva disso] veio me relatar que teve problema ao conhecer o meio gay de um outro amigo dele. Esse outro grupo teima em dizer que ele é gay devido a tamanha tranquilidade dele ao redor de gays... Entenderam? Não receber aquele olhar enviesado, não ser observado com descaso ou ser alvo de comentários está incomodando, quando, num mundo normal esse comportamento deveria ser encarado como o padrão, mas não... a tranquilidade de um hetero ao ver dois caras [ou duas meninas] se beijando ou falando de ‘coisas gays’ está incomodando quando deveria ser o contrário.

Dá para entender?!?

Será que ficamos tão acostumados ao preconceito que nos viciamos em ser destratados? Diante de tantos questionamentos que veio em minha cabeça ao ler os relatos de meu amigo, eis que surgiu a pergunta: “Jarbas, gays tem preconceito com pessoas que não tem preconceito com gays?”

Admito que a pergunta me acertou como se fosse um tijolo vindo do nada. Temos? Não temos?

Para meu amigo não tive muito tempo para elaborar uma resposta, mas disse o que realmente acreditava, já que esse assunto tinha passado por minha cabeça antes. Eu creio que neste caso [que não são raros] o que existe, talvez, não seja preconceito, mas um admiração mal focalizada, ou mal interpretada por parte dos gays. Analisemos pela máxima que a maioria dos homossexuais deseja ter ao seu lado aquele "macho" padrão de masculinidade que [quase] todos esperam, o velho “macho VS macho”... Ooh, eu sou homem e gosto de homem jeito de homem. MEO KOO! E esses heterossexuais, que na falta de um adjetivo melhor, poderiam ser chamados de “simpatizantes" [sem ter aqui pouca alcunha sexual] ocupam exatamente o lugar desse sonho, ou seja, eles estão no meio dos gays, não se incomodam com o jeito gay, sabem coisas gays, e acreditem vocês NÃO SÃO GAYS… e não são mesmo. Ser simpatizante não significa que eles estão dispostos a transar com um cara [eles podem até estar, mas isso é outro texto, outro grupo a ser analisado] ser simpatizante significa que eles perceberam que o quão lascado está esse mundo com tanto Bolsanaros e Felicianos e acreditam que esses caras [e pessoas que pensam como eles] tem [muita] merda na cabeça ou um grande trauma sexual a ser analisado urgentemente por não compreendem que garotos podem gostar de garotos, garotas podem gostar de garotas, tanto quanto garotos podem gostar de garotas. E isso não interfere na vida ou na capacidade físico intelectual de ninguém! Amigos gays parece assustador, mas existem homem que não estão interessados no anus de vocês. 

A história não para por ai, meu amigo ainda disse que uma das meninas do grupo, que é lésbica, disse que “não existe heterossexualidade”. Coitada! Será que ela imagina o quão imbecil essa frase soa?! Isso me recorda a frase de alguns amigos gays, que teimam em declarar: “não existe heterossexualidade, existe cantada mal dada” e alguns ainda acrescentam “...ou a quantidade de álcool errada”. Essa é uma ideia que desacredito sumariamente, categoricamente... eu digo mais, quem acredita nesse tipo de ideia torta tem pouco [ou nenhum] conhecimento sobre sua própria história ou a história da humanidade. Sim, queridos, existe heterossexualidade. Essa menina, infeliz em sua declaração, não sabe, mas foi a heterossexualidade que ela nega existir que a trouxe a vida, foi a heterossexualidade que permitiu que ela tivesse mais vaginas e peitos para chupar.

Não desacredito que existam heterossexuais por ai dispostos a ficar com gays, apenas dispenso a ideia de quem todos os heteros podem “cair em tentação”. Sugiro um pouco mais de pesquisa, um pouco mais de leitura e para facilitar a vida de muita gente, sugiro que pesquisem sobre a “Escala Kinsey da Sexualidade”, vocês vão perceber que entre um indivíduo exclusivamente homossexual até um outro exclusivamente heterossexual existem várias nuances. E sendo nós gays aqueles que levantam a bandeira do arco-íris nós deveríamos entender isso melhor do que ninguém, porque entre aquelas cores existes vários tons e entretons. O que nos falta, queridos, é aprender a respeitar as fronteiras.


Quem você é na Escala Kinsey da Sexualidade?

sábado, 27 de julho de 2013

Padronização do sexo gay [?]

[texto publicado originalmente em 20 de maio de 2013]

E de repente você escuta um dos seus amigos (gay) falar que o melhor séria que todos os outros gays fossem assim... Versáteis!

– Oi?

T-O-D-O-S? Não, não né?!

Não concordo e não confirmo a uniformidade do “bando” (ou “comunidade LGBT” X Y Z se preferem ai-ai) que todo mundo fosse desse jeito que eles julgam ser o tal molde perfeitinho de comportamento sexual gay... acho até meio ficção demais essa história de ver todas as bichas dando e comendo numa linda festa de confraternização. Conversa mole, conversa para boi dormir!

Mas a gente sabe que na hora vamô-ver na grande maioria dos casos a química não funciona nem um pouco assim. E aceitando ou não (aceita que dói menos) existem sim os que são passivos e os ativos... e os versáteis! Não estou aqui para supervalorizar nenhum dos grupos, muitos menos menosprezar o outro, mas não aceito senhora ninguém vim me dizer que “só dá para ser feliz se for versátil”. Ao longo da vida através das experiências que permitem a autodescoberta escolhas são feitas e cada um percebe o que me mais agradava no sexo (seja lá o que “agrad
ar” signifique para vocês). Pronto! Só isso e para de complicar.

Você tá doida, querida?! Lá eles com esses conformismos padrões de perfeição disso e daquilo... eii, o avesso às vezes da certo. Aceitar que só se é completo quem dá e come numa relação, séria, a meu ver, acreditar que só os gays que não tem trejeitos (sejam esses trejeitos mais femininos ou mais masculinos) não sejam capazes de se encaixar nesta dita “sociedade homossexual”. até porque os trejeitos vem arreigado de forma básica a essas preferencias sexuais. Padronizar deveria ser pecado! Cá entre nós, tem ai quem nunca levou um Pit Bull pra casa e na cama ele virou Lassie?! (ou ao contrario) chato, chato... sabemos. Mas esses são os percalços que nos permitem ter boas histórias para contar.

dá para ser passivíssima e ser feliz

tem como ser ativíssima e ser feliz

e as versatilíssima não tem do que reclamar (beijos, obrigado).

vamos aquietar com isso! Melhor deixar de besteira e entender que gostar de ser penetrado ou gostar de penetrar (e/ou ambos) não te prejudica em nada e que o importante mesmo é estar satisfeito na relação que você escolheu para si.
Apenas não acho justificável nenhuma tentativa de padronização... não, não... comigo não!

minhas mulheres de ontem VS minhas mulheres de hoje

[texto publicado originalmente em 02 de abril de 2013]

por mais que eu não goste de mulheres, sexualmente falando, eu admiro a figura feminina os percalços, bênçãos e maldições que elas, as mulheres, tiveram [tem] que passar ao longo de todos esses anos _desde que o mundo é mundo.

felizmente tive possibilidade de conviver com mulheres extraordinárias de diferentes tipos, cores e crenças. convivências essa que eu tenho certeza foram cruciais para a formação de meu caráter, meus gostos, desgostos e tals... devido essa proximidade observo que não é difícil notar o qual abismal é a diferença entre as minhas mulheres de ontem (avós, tias e mãe) e minhas mulheres de hoje (as amigas).  e por mais que seja uma ou duas gerações de diferença a falta de semelhança nos princípios de ambas são gritantes.

minhas mulheres de ontem, mesmo vivendo a liberdade financeira, social e sexual que o tempo lhe permite estão atreladas a valores tão antigos que sinto que ficaram estagnadas a preceitos que não convém mais, mesmo para elas que observaram e vivenciaram uma época que nem tudo era tão “liberal” assim. Em contra ponto minhas mulheres de hoje vivem uma liberação sexual, bebem sua cerveja sem vergonha de ser taxada, usa aquele roupa curta e não acreditam que “puta” seja um adjetivo assim tão ofensivo _porque não é mesmo. e por mais que estejam _ainda_ agregadas aos valores de suas próprias mulheres de ontem, tentam viver sem esse legado de culpa, subserviência e machismo feminino _coisa que acho perigosíssima.

muito mudou desde a Inquisição Espanhola, ou anticoncepcional e o salario igualitário [conquistas femininas honorárias e merecidas], porém nem tudo são flores para minhas mulheres de hoje que são classificadas como menos honrosas por causa de seu comportamento liberal... e acredite não é menos para minhas mulheres de ontem também, essas que vivem aprisionadas em valores que, muitas vezes, não é a conduta correta que elas acreditam que deve ser seguida.

porque diferente dessas mulheres a sociedade que vivemos ainda é poluída com o idealismo da mulher submissa que não tem função além de ser senhora do lar, cuidar dos filhos e procriar. está mais que comprovado que as mulheres estão no mesmo nível que os homens [e superior em alguns, inclusive], que está na hora de abandonar essas filosofias retrógradas que menosprezam as potencialidades das mulheres.
sejam uma mulher de ontem, de hoje, as donas de casa, as mães, as bruxas, as que trabalham fora, as putas e as celibatárias... todas tem seu valor, todas são especiais.

o caso do goleiro Bruno, segundo uma bicha...

[texto publicado originalmente em 7 de março de 2013]

na última quarta-feira (06/03/2013) o ex goleiro Bruno admitiu pela primeira vez depois de vários meses, a morte de Elisa Samudio... obviamente que metade de vocês não sabia disso porque estava preocupado demais chorando a morte de Chorão do Charlie Brown Jr. e compartilhando trechos de suas músicas nas suas redes sociais _ninguém pode julgar.
seja como for, Bruno me decepcionou bastante porque até o último minuto eu tinha traçado em minha mente um desfecho para essa história. que séria mais ou menos assim:

durante a audiência ela, Elisa Samudio, iria chegar trabalhada num vestido preto longo Elie Saab um super floppy hat (aquele chapéu de aba longa) e um óculos oversized Dior e quando todo mundo olhasse para trás ela ia tirar o chapéu e os óculos e dizer: "quer dizer então que as bunita tão tudo falando de mim, né?!"

PAH!

depois ela ia explicar que na tentativa de fuga ela perdeu a memoria, encontrou um europeu rico que se apaixonou por ela à primeira vista e passou esses últimos meses lá do outro lado do mundo tentando recuperar as lembranças perdidas... e comprando nas melhores boutiques internacionais _o que explicaria o vestido, chapéu e óculos.

num momento que o sentimento que impera é a decepção e em mais de 50 tons, o Brasil parece que dá um passo para frente e três para trás, sair da realidade parece ser mais conveniente, ou como disse um amigo em sua time-line, "o jeito é juntar dinheiro e ir embora..."

eu sou mais fã que você...


[texto escrito e publicado originalmente em 6 de março de 2013]

de repente fulano e tal morre, aqui ‘fulano de tal’ é uma celebridade controversa qualquer, e após o primeiro espertinho soltar o clássico: “agora que morreu, todo mundo vira fã”, uma enxurrada de pessoas começam a se justificar. “eu era fã antes...”, “eu sou fã desde 1932 quando ele lançou o primeiro EP”. como se isso realmente valesse a pena, como se o fato de que você ficou fã agora ou há três séculos fizesse diferença que o cara está lá mortinho da Silva Sauro.

você é fã desde o primeiro trabalho do cara? parabéns! ninguém vai tirar isso de você, mas, por favor, não se sinta assim tão especial... ser fã de alguém não te torna melhor ou pior que ninguém e não tem nada mais chato no mundo do que fã metido a besta. e outra, você passou esse tempo todo sendo fã de carteirinha nem por isso o brother sabia que você existia _agora morto, muito menos. get a life!

e você que passou a conhecer o trabalho do maninho depois que leu alguém falando que estava de luto na sua time-line, só dito uma coisa: RELAXA! assistir 3 clipes no YouTube e começar a baixar a discografia do moço no torrent não te faz o fã no. 1, nem te faz ser menos fã do que quem tem toda a discografia incluindo os b-sides e raridades da banda, sábia que também é muito chato gente que de uma hora para outra passa a amar alguém e não para de falar sobre esse novo “objeto” de amor.

desde que a internet se popularizou, todos nós passando a nos achar importantes demais e ao invés de querer mostrar às pessoas as nossas particularidades tem gente que prefere esconder e se coloca na posição de que os outros não têm direito de ter as mesmas informações, os mesmos gostos. eii, as bandas que ouve, livros que lê e os programas que assiste não são exclusividade sua. apenas lembre-se que a internet tem função principal de compartilhar coisas e você não é único aqui. se quiser continuar sendo o único fã daquela banda indie hype alternativa da Bósnia Herzegovina, pfvr, saia das redes sociais e nos poupe de debates imaturos e desnecessários.

novos fãs, velhos e fãs e não fãs... todos tem o direito de expressar suas opiniões, seus sentimentos ou a falta deles, mas respeito é que deve ser primordial entre todos, afinal de contas estão vinculando ideias para o mundo inteiro... e acredite, cada cabeça é uma mundo totalmente diferente.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

o ódio é meu melhor aliado

pensei em mim [porque eu nunca deixaria de pensar em mim antes de ninguém] pensei em você.
e chorei, porém não por você, chorei por mim.
chorei por ter nutrido uma planta que não vai germinar.
chorei por que tentei semear em terreno degradado.
chorei de ódio!
...mas você não sabe que é o ódio que me motiva mais que qualquer outra coisa.
o ódio é meu melhor aliado.

terça-feira, 23 de abril de 2013

esse povo da moda...

o que eu acho ser muito interessante sobre a moda é que cada um de nós envolvidos sempre estamos defendendo com unhas e dentes a supremacia de coisas que muitas das vezes nem nós mesmos acreditamos ser tão verdade assim, mas simplesmente pelo fato de não querer ficar por baixo, as garras aparecem.

seja lá como for, tenho tentado baixar minha bola para esse tipo de atitude, mas quando me deparo com gente pouco preparada, mas que se acha a última Coca-Cola gelada do Saara eu não perco uma boa gongada. e hoje eu tive uma discussão sobre "moda".

foi mais ou menos assim:
revirando os olhos e com voz pedante ela disse: "é porque nesse inverno vai ser tendência usar cores e o verão... aaah, no verão certeza que tudo vai ser preto e branco. pode anotar, eu nunca erro"

e eu, com minha melhor cara de origami (sem expressão), disse: "sério? agora me conta uma novidade..."

PAH!
porque gente metido a besta não tem vez comigo. como diriam: "suave como um tamanco"