sábado, 27 de julho de 2013

Padronização do sexo gay [?]

[texto publicado originalmente em 20 de maio de 2013]

E de repente você escuta um dos seus amigos (gay) falar que o melhor séria que todos os outros gays fossem assim... Versáteis!

– Oi?

T-O-D-O-S? Não, não né?!

Não concordo e não confirmo a uniformidade do “bando” (ou “comunidade LGBT” X Y Z se preferem ai-ai) que todo mundo fosse desse jeito que eles julgam ser o tal molde perfeitinho de comportamento sexual gay... acho até meio ficção demais essa história de ver todas as bichas dando e comendo numa linda festa de confraternização. Conversa mole, conversa para boi dormir!

Mas a gente sabe que na hora vamô-ver na grande maioria dos casos a química não funciona nem um pouco assim. E aceitando ou não (aceita que dói menos) existem sim os que são passivos e os ativos... e os versáteis! Não estou aqui para supervalorizar nenhum dos grupos, muitos menos menosprezar o outro, mas não aceito senhora ninguém vim me dizer que “só dá para ser feliz se for versátil”. Ao longo da vida através das experiências que permitem a autodescoberta escolhas são feitas e cada um percebe o que me mais agradava no sexo (seja lá o que “agrad
ar” signifique para vocês). Pronto! Só isso e para de complicar.

Você tá doida, querida?! Lá eles com esses conformismos padrões de perfeição disso e daquilo... eii, o avesso às vezes da certo. Aceitar que só se é completo quem dá e come numa relação, séria, a meu ver, acreditar que só os gays que não tem trejeitos (sejam esses trejeitos mais femininos ou mais masculinos) não sejam capazes de se encaixar nesta dita “sociedade homossexual”. até porque os trejeitos vem arreigado de forma básica a essas preferencias sexuais. Padronizar deveria ser pecado! Cá entre nós, tem ai quem nunca levou um Pit Bull pra casa e na cama ele virou Lassie?! (ou ao contrario) chato, chato... sabemos. Mas esses são os percalços que nos permitem ter boas histórias para contar.

dá para ser passivíssima e ser feliz

tem como ser ativíssima e ser feliz

e as versatilíssima não tem do que reclamar (beijos, obrigado).

vamos aquietar com isso! Melhor deixar de besteira e entender que gostar de ser penetrado ou gostar de penetrar (e/ou ambos) não te prejudica em nada e que o importante mesmo é estar satisfeito na relação que você escolheu para si.
Apenas não acho justificável nenhuma tentativa de padronização... não, não... comigo não!

minhas mulheres de ontem VS minhas mulheres de hoje

[texto publicado originalmente em 02 de abril de 2013]

por mais que eu não goste de mulheres, sexualmente falando, eu admiro a figura feminina os percalços, bênçãos e maldições que elas, as mulheres, tiveram [tem] que passar ao longo de todos esses anos _desde que o mundo é mundo.

felizmente tive possibilidade de conviver com mulheres extraordinárias de diferentes tipos, cores e crenças. convivências essa que eu tenho certeza foram cruciais para a formação de meu caráter, meus gostos, desgostos e tals... devido essa proximidade observo que não é difícil notar o qual abismal é a diferença entre as minhas mulheres de ontem (avós, tias e mãe) e minhas mulheres de hoje (as amigas).  e por mais que seja uma ou duas gerações de diferença a falta de semelhança nos princípios de ambas são gritantes.

minhas mulheres de ontem, mesmo vivendo a liberdade financeira, social e sexual que o tempo lhe permite estão atreladas a valores tão antigos que sinto que ficaram estagnadas a preceitos que não convém mais, mesmo para elas que observaram e vivenciaram uma época que nem tudo era tão “liberal” assim. Em contra ponto minhas mulheres de hoje vivem uma liberação sexual, bebem sua cerveja sem vergonha de ser taxada, usa aquele roupa curta e não acreditam que “puta” seja um adjetivo assim tão ofensivo _porque não é mesmo. e por mais que estejam _ainda_ agregadas aos valores de suas próprias mulheres de ontem, tentam viver sem esse legado de culpa, subserviência e machismo feminino _coisa que acho perigosíssima.

muito mudou desde a Inquisição Espanhola, ou anticoncepcional e o salario igualitário [conquistas femininas honorárias e merecidas], porém nem tudo são flores para minhas mulheres de hoje que são classificadas como menos honrosas por causa de seu comportamento liberal... e acredite não é menos para minhas mulheres de ontem também, essas que vivem aprisionadas em valores que, muitas vezes, não é a conduta correta que elas acreditam que deve ser seguida.

porque diferente dessas mulheres a sociedade que vivemos ainda é poluída com o idealismo da mulher submissa que não tem função além de ser senhora do lar, cuidar dos filhos e procriar. está mais que comprovado que as mulheres estão no mesmo nível que os homens [e superior em alguns, inclusive], que está na hora de abandonar essas filosofias retrógradas que menosprezam as potencialidades das mulheres.
sejam uma mulher de ontem, de hoje, as donas de casa, as mães, as bruxas, as que trabalham fora, as putas e as celibatárias... todas tem seu valor, todas são especiais.

o caso do goleiro Bruno, segundo uma bicha...

[texto publicado originalmente em 7 de março de 2013]

na última quarta-feira (06/03/2013) o ex goleiro Bruno admitiu pela primeira vez depois de vários meses, a morte de Elisa Samudio... obviamente que metade de vocês não sabia disso porque estava preocupado demais chorando a morte de Chorão do Charlie Brown Jr. e compartilhando trechos de suas músicas nas suas redes sociais _ninguém pode julgar.
seja como for, Bruno me decepcionou bastante porque até o último minuto eu tinha traçado em minha mente um desfecho para essa história. que séria mais ou menos assim:

durante a audiência ela, Elisa Samudio, iria chegar trabalhada num vestido preto longo Elie Saab um super floppy hat (aquele chapéu de aba longa) e um óculos oversized Dior e quando todo mundo olhasse para trás ela ia tirar o chapéu e os óculos e dizer: "quer dizer então que as bunita tão tudo falando de mim, né?!"

PAH!

depois ela ia explicar que na tentativa de fuga ela perdeu a memoria, encontrou um europeu rico que se apaixonou por ela à primeira vista e passou esses últimos meses lá do outro lado do mundo tentando recuperar as lembranças perdidas... e comprando nas melhores boutiques internacionais _o que explicaria o vestido, chapéu e óculos.

num momento que o sentimento que impera é a decepção e em mais de 50 tons, o Brasil parece que dá um passo para frente e três para trás, sair da realidade parece ser mais conveniente, ou como disse um amigo em sua time-line, "o jeito é juntar dinheiro e ir embora..."

eu sou mais fã que você...


[texto escrito e publicado originalmente em 6 de março de 2013]

de repente fulano e tal morre, aqui ‘fulano de tal’ é uma celebridade controversa qualquer, e após o primeiro espertinho soltar o clássico: “agora que morreu, todo mundo vira fã”, uma enxurrada de pessoas começam a se justificar. “eu era fã antes...”, “eu sou fã desde 1932 quando ele lançou o primeiro EP”. como se isso realmente valesse a pena, como se o fato de que você ficou fã agora ou há três séculos fizesse diferença que o cara está lá mortinho da Silva Sauro.

você é fã desde o primeiro trabalho do cara? parabéns! ninguém vai tirar isso de você, mas, por favor, não se sinta assim tão especial... ser fã de alguém não te torna melhor ou pior que ninguém e não tem nada mais chato no mundo do que fã metido a besta. e outra, você passou esse tempo todo sendo fã de carteirinha nem por isso o brother sabia que você existia _agora morto, muito menos. get a life!

e você que passou a conhecer o trabalho do maninho depois que leu alguém falando que estava de luto na sua time-line, só dito uma coisa: RELAXA! assistir 3 clipes no YouTube e começar a baixar a discografia do moço no torrent não te faz o fã no. 1, nem te faz ser menos fã do que quem tem toda a discografia incluindo os b-sides e raridades da banda, sábia que também é muito chato gente que de uma hora para outra passa a amar alguém e não para de falar sobre esse novo “objeto” de amor.

desde que a internet se popularizou, todos nós passando a nos achar importantes demais e ao invés de querer mostrar às pessoas as nossas particularidades tem gente que prefere esconder e se coloca na posição de que os outros não têm direito de ter as mesmas informações, os mesmos gostos. eii, as bandas que ouve, livros que lê e os programas que assiste não são exclusividade sua. apenas lembre-se que a internet tem função principal de compartilhar coisas e você não é único aqui. se quiser continuar sendo o único fã daquela banda indie hype alternativa da Bósnia Herzegovina, pfvr, saia das redes sociais e nos poupe de debates imaturos e desnecessários.

novos fãs, velhos e fãs e não fãs... todos tem o direito de expressar suas opiniões, seus sentimentos ou a falta deles, mas respeito é que deve ser primordial entre todos, afinal de contas estão vinculando ideias para o mundo inteiro... e acredite, cada cabeça é uma mundo totalmente diferente.