quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Tem horas que eu odeio ser humano



Eu deliro muito nas pessoas, nas atitudes das pessoas; parte talvez, por eu detestar ser uma pessoa (em alguns momentos), ou talvez por curiosidade mesmo de saber por que determinados comportamentos se manifestam em cada um, de uma maneira muito particular que torna tudo e qualquer discurso muito complicado de ser compreensível e aceito por todos e por isso, que na verdade, não tem nada haver com o que eu estou prestes a falar, mas ainda sobre comportamentos e etc... eu tenho essa mania, ou melhor, o comportamento de por vezes me pegar concentrado a linha do tempo, do Facebook e eu observo as coisas que meus amigos postam, mas geralmente, o que me deixa muito intrigado e me faz perder valiosas horas preso numa rede social, quando na verdade eu poderia estar lendo um livro ou botando em pratica meus planos e tals, mas não, eu fico observando os amigos de meus amigos; as pessoas que fazem parte do universo deles, onde não hábito.

Na verdade, eu quero dizer que eu tenho o comportamento de bisbilhotar a vida das pessoas que curtem e/ou comentam as coisas de meus amigos, mas que eu não sou um amigo em comum ou então pessoas que comentam algo absurdo numa página pública. Tá ligado? Eu adoro entrar nesse looping de observação de pessoas totalmente aleatórias e ficar vendo os comportamentos que elas resolvem compartilhar para toda essa rede de conexões de pessoas que, talvez nunca vão estar presente fisicamente na vida de umas das outras, mas não deixam de estarem vinculadas umas às outras por essa grande rede de conexão virtual. E é um looping quase infinito por que dessas pessoas eu vou entrando em perfis de outras pessoas e consigo ir muito longe nessa brincadeira... chego a conclusão que somos fascinantes, tanto quando somos odiosos. 

 Tem horas que eu odeio ser humano.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A tal "atitude Paulo Gustavo"

Antes de qualquer coisa deixa eu dizer que esse texto não é um ataque pessoal ao humorista Paulo Gustavo, mas é uma critica, sim, a "atitude de Paulo Gustavo", só calhou de ser PG, mas poderia ser qualquer outra pessoa; então fãs, não queiram me matar (se algum fã estiver lendo). É sobre algo muito maior que Paulo Gustavo que escrevo. #PAS!


Então, vamos falar sobre a tal "atitude Paulo Gustavo", que infelizmente não é exclusiva dele, tá?
Recentemente li a noticia que o humorista Paulo Gustavo e seu marido Thales Bretas receberam ataques homofóbicos numa de suas fotos nas Ilhas Maldivas (très chic!); indignado Gustavo foi para o Stories do app Instagram e fez uma sequência de videos, no qual ele declara sua aversão aos ataques homofóbicos e finaliza a fala com:


"Para vocês que são preconceituosos e estão aí me seguindo: eu ainda vou fazer muita viagem esse ano, vou postar muitas fotos com o Thales, porque eu vou ser viado até o último dia da minha vida e vocês vão ter que respeitar"


Então, até aqui tudo bem. Certo?! Não tem nada certo.

Esse é o mesmo Paulo Gustavo, que meses atrás estava dando entrevista dizendo que achava "chato levantar algum tipo de bandeira LGBTQ+", como se ele fosse uma outra classificação de gay; aquela que não se mistura; intocável; a dona; inventora da militância silenciosa; "existir é minha resistência". Vá pra plantar batata no asfalto, né?! Mas é compreensível que essa linha de pensamento vindo de pessoas-paulo-gustavo ou melhor, pessoas que estão dentro do mesmo sistema de privilégios que Paulo Gustavo está inserido. Por ser ator, pessoa publica, branco, rico etc. é impossível negar que o nível de aceitação da homossexualidade de Paulo é maior, a homofobia que ele passa (se é que passa por tanta homofobia assim) é completamente diferente se caso ele não tivesse dentro do sistema singular o qual pertence (e não tem nada de errado em pertencer). Porém, não é aceitável que essas pessoas-paulo-gustavo não entendam que nem tod@s @s pessoas LGBTQ+ não estão vivendo o mesmo grupo beneficiado. Não é concebível que essas pessoas não percebam e reconheçam o quão grande é o alcance da voz delas e/ou quanto elas podem contribuir positivamente para toda uma comunidade, que está sendo massacrada diariamente. Em quanto Paulo Gustavo se enraivece por receber comentário homofóbico em rede social, mas não solta um peito pra ajudar na causa dos Direitos Civis LGBTQ+, ou realmente contra a homofobia tem uma pessoa morrendo a cada 25 horas por ser LGBTQ+.

Quantos heterossexuais conhecemos que foram assassinados por serem heterossexuais? NENHUM! 

Por isso é muito indignante perceber que alguém externo teve que explodir a bolha de privilegio de Paulo Gustavo, para que ele percebesse que existe sim uma violência contra o homossexual no Brasil; ou talvez, nem tenha percebido nada. Repito que não podemos esquecer que a cada 25 horas morre uma pessoa por homofobia neste país, não podemos fechar os olhos para a barbárie que acontece com as transsexuais e travestis ao redor dos estados brasileiros; lembremos de Dandara que foi assassinada brutalmente a pedradas e pauladas no Ceará. E teve gente que filmou!! Gente que ao ver um outro ser humano sendo espancado até a morte e a decisão daquela pessoa foi filmar um assassinato brutal ao invés de ajudar. Vocês conseguem imaginar que existem pessoas que consideram legitimo o ato de matar alguém por causa de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero!? Eu não.

Então, vá para puta que pariu a "atitude Paulo Gustavo"!! Por que em quanto ninguém tinha mexido no conto de fadas das férias nas Ilhas Maldivas, era chato levantar bandeira. No entanto quando alguém perturbou a paz das águas cristalinas do Oceano Indico a indignação veio forte e a militância vai ser aguentarmos mais viagens e fotos de um casal homossexual padrão, cis, branco, rico e privilegiado ao redor do mundo; e pensar que poderiam fazer mais, muito mais.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Atualmente minha cabeça é um lugar horrível para estar


Ninguém quer estar ao lado de alguém que está em confusão emocional; o choro é feio, lágrimas tem gosto de sal e incomodam, a dita falta de amor próprio afugenta quem está ao redor.

Num mundo onde somos obrigados a parecer ser constantemente (para si e para os outros) as melhores versões de nós mesmos, é difícil suportar a pressão, é exaustivo tentar ser perfeito, eficiente, dar atenção a todos, sorrir toda hora, saber resolver todos os problemas; é difícil não se cobrar e desesperar-se quando a cobrança ultrapassa o que você acredita que suportaria. É difícil desenvolver equilíbrio e maturidade emocional. É difícil estar vivo e consciente num mundo onde muita coisa está errada. É difícil não ter dúvidas e insegurança.

Viver é acumulo de emoções desordenadas.

Daí uma hora o personagem motivacional não aguenta, a maquiagem derrete, a mascara com um sorriso de plástico cai.… mas a cobrança continua e a solidão apenas aumenta. Mas ninguém quer estar ao lado de alguém que está em confusão emocional, por que é energia negativa, é exagero, "não é tudo isso não". Dizer que não está tudo bem é midiático e coisa de quem está querendo chamar atenção — eles dizem.

Ou talvez, seja isso mesmo, querer chamar atenção apenas para dizer: "oi, eu queria dizer que está difícil e eu gostaria de receber um abraço"

Atualmente minha cabeça é um lugar horrível para estar.

SAÚDE MENTAL:

"Ah, mas a vida é assim mesmo"
"Mas não fica assim não..."
"Você está exagerando, não é isso tudo não"
"A culpa é sua que se deixa levar por esses sentimentos"
"Relaxa! Um dia você vai rir de tudo isso"
"Não pense assim!!"
"Calma!"
"Pense em coisas positivas"
"Vamos focar nas coisas positivas!"
"Poxa..."
"Enfim, é complicado…"
"Vai passar"

segunda-feira, 13 de março de 2017

Caçadores de Relacionamento

"Jarbas, você precisa achar um namorado!", me dizem.

Não gente, preciso não!

"Gay Couple: Love and relationship" painting - Raphael Perez, 2004

Seria bem prazeroso se acontecesse um namoro, claro. Não nego que, às vezes, uma companhia me faz falta, mas não aceito que me imponham esse status (que eu nem estou tentando atingir) de "caçador de namorados", aquele desesperado carente que vê em qualquer night-out uma oportunidade para se casar ali mesmo na festa; não faz meu perfil e provavelmente se me encontrarem numa festa, estarei mais preocupado em dançar e ficar bêbado — não necessariamente nessa ordem — do que caçando macho.

Admito que essa ideia de relacionamento como forma de salvação social, uma especie de moleta emocional que nos fazem acreditar que é necessária, me é bastante desconfortável. Observo relacionamentos (independe do gênero e condição sexual) que são abusivos, as pessoas se machucando, se minimizam diante do outrem e tudo em nome de uma pseudo idealização de amor. Amor pra mim é outra coisa; e mesmo sofrendo as pessoas se mantém ali, firmes em nome de um posição social: O CASAL. Sei lá, acredito que amor é brisa, não tempestade.

Como disse a incrível Fernanda Young no livro "O Pau": "[…] bosta de carência básica infantil, que nos torna para sempre patéticos, jamais capazes de vencer essa necessidade de alcançar o amor. O amor, o amor, o amor. Vá para a puta que o pariu o amor."

Não, amor, não vá a puta que o pariu, mas dá um tempo né?! E deixa a gente focar em outras coisas que são importantes também OU melhor, seja mais descente porque estamos cansados de canalhas. Obrigado.

No mais, só queria dizer que nunca vou aceitar a imposição social de que só seremos considerados bem sucedidos se estivermos dentro de um relacionamento (mesmo que seja um relacionamento abusivo).

Quero um relacionamento? Sim!
Apenas decidi que não vou sofrer para ter um homem ao meu lado (só pra dizer que tenho um homem), afinal de contas: vai um, vem dezoito.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

8 Dicas de Como Respeitar e Não Ofender um Homossexual

O Século XXI já está entre nós e com ele veio a pós modernidade, a diversidade de pensamentos, ideologias e crenças. É certo que sempre houveram homossexuais desde que existe humanos na Terra e a cada dia que passa é mais comum ter contato com um homosexual na família, no trabalho, no médico, no mercado, na vizinhança, faculdade etc. Porém, o que deveria ser tratado como algo comum, na verdade, tornou-se motivo de tabus, controvérsias e de opiniões ignorantes por falta de informação.

O crescimento da homossexualidade não vai ser alterado, se você é heterossexual e está lendo esse texto saiba logo que, o simples fato de você ser uma menina e gostar de menino (e vice-versa) te coloca numa posição de privilegio, que nós homossexuais não temos, por isso, é sempre bom medir as palavras quando se dirigir a um homossexual (masculino ou feminino), pois mesmo não querendo, talvez, você pode estar discriminando e ofendendo aquele seu amigo da comunidade LGBTQ+ porém achando que tá tudo legal, mas não está.

Pensando nisso decidi escrever um guia simples com dicas do que acho mais importante para começar a não insultar e/ou ferir os sentimentos dos homossexuais com o qual você tem contato.

1. Homossexualidade não é doença.

"Ah, mas a Bíblia e meu pastor diz que..." PARA!
Por mais que as religiões de matriz cristã defendam a ideia de que a homossexualidade é uma doença psicológica/emocional e por conta disso se acha no direito de discriminar e incentivar o ódio os gays e lésbicas, a ciência já comprovou que a homossexualidade é apenas a orientação sexual da pessoa, o que não quer dizer nada sobre o caractere do mesmo. Inclusive há +26 anos a OMS (Organização Mundial de Saúde) deixou de considerar a homossexualidade como uma doença psico-emocional. Sendo assim, podemos aceitar que por não ser uma patologia a homossexualidade não tem cura. Pra que você insiste?
Ah, lembrando também que existem heteros bons e ruins, mas não é a heterossexualidade que define isso, logo por que seria a homossexualidade o fator decisivo para alguém ser desqualificado como ruim e o heterossexualidade não? Controverso. Pense nisso.


2. Homossexualidade não é uma escolha.

Usar o termo "opção sexual" é errado, ofensivo e não precisamos alongar o papo nesta discussão. Ninguém escolhe ser homossexual, tanto quanto ninguém escolhe ser heterossexual. Já parou pra pensar quando foi que você menino decidiu gostar de garotas e vocês meninas, quando foi que vocês decidiram que era dos meninos que você gostava? Pois é, não houve esse momento; para nós gays e lésbicas também não.
A homossexualidade não é uma opção numa ficha cadastral, que a gente pode ir lá e marcar um 'X' na hora quer e cá entre nós, diante de tanta homofobia, ou seja, a violência contra homossexuais, quem seria louco de decidir ser algo perigoso? Quem em sã consciência decidiria passar por desavenças na família e outros meios sociais? Acredito que ninguém. Se você não escolheu ser hetero, entenda que gays e lésbicas também não escolherem ser o que são, mas somos, logo o melhor a fazer é aceitar e tentarmos conviver da melhor maneira possível.


3. Homossexualidade não significa inferioridade.

É, se seu coleguinha é gay ou lésbica, não quer dizer que ele seja inferior a você (muito menos superior). A orientação sexual das pessoas não é o fator dominante que determina suas capacidades físicas ou intelectuais, ou seja, o fato de alguém ser gay (ou não), não quer dizer que ele é mais ou menos capacitada de executar funções, nossa sexualidade não está ligada às nossas aptidões.



4. Piadas ofendem (e muito).

Piadas sobre gays podem ser engraçadas, sim, mas quando o cunho é de chacota e discriminativo perde-se toda a graça. Se você utiliza o humor pra estimular o preconceito e os esteriótipos, você não está sendo nada engraçado, mas bastante ofensivo.
Sabe essa ideia de quem todo gay é afeminado e que toda lésbica é masculinizada? Ou toda loira é burra? Todo gordo é desajeitado? Então, não é assim, abandone essas ideias estereotipadas por que se você ainda acha esse tipo de humor legal, tá passando vergonha (e muita).
Pode até parecer estranho, mas existem homossexuais em todas as areas do conhecimento e não acho tão difícil assim imaginar um pedreiro que carrega 100 sacos de cimento por dia ser gay ou invés da imagem do homossexual afeminado etc. nem todos nós seguimos esse padrão TV Globo/Hollywood do que é ser gay/lésbica.
Inclusive, já parou para pensar porque você nunca ouviu uma piada sobre heterossexualidade? Então...

5. Homossexualidade não é promiscuidade.

Para falar sobre esse tópico, preciso te dar uma informação séria: para a OMS (Organização Mundial da Saúde) a pessoa (independente da orientação sexual) considerada promiscua é toda aquela que teve mais de dois parceiros sexuais dentro do período de seis meses. Ou seja, se você transou, beijou mais do que duas pessoas em 6 meses, sinto lhe informar, você é promiscuo (segundo a OMS); saber disso deixa a gente meio tonto né? Então...
As praticas sexuais heterossexuais e homossexuais são bem parecidas; existem, sim, vários gays que vivem uma vida com maior nível de liberdade sexual, tanto quanto existem vários heterossexuais que praticam livremente e intensamente sua sexualidade, porém sem levar o rotulo de promiscuo. Eis outra coisa que não é tão difícil de imaginar, mas existem muitos de nós (homossexuais) que querem casar, ter filhos, construir família etc e tal; inclusive, eu sou um desses gays que sonha em casar e ter uma família. Portanto, melhor não decidir rotular todo um grupo de pessoas de promíscuos por que você provavelmente desconhece a realidade individual de cada uma dessas pessoas e pode ofender bastante.
Inclusive, nem tudo que os homossexuais fazem tem cunho sexual, tá? Então tá.


6. Homossexualidade não é "um estilo de vida" que pode ser abandonado ou transformado.

Você que é heterossexual,já imaginou como séria chato ter durante muitos anos um homossexual que é seu amigo te dizendo o tempo todo que você precisa de uma experiência homo-afetiva para você ter uma vida melhor ou ter certeza de que é isso mesmo que você quer? Imagina você que é um homem convicto que gosta de mulheres e uma mulher certa que gosta de homens tendo que ouvir que seu "estilo de vida" está incorreto, que você precisa mudar sua situação sexual/social, que Deus vai te ajudar a mudar essa sua vida. Chato pra caralho, hein!? Não só chato, mas uma grande demonstração de desrespeito e discriminação, mas é exatamente isso que acontece com os homossexuais. É muito importante aceitar que você não pode transformar um homossexual em hetero (e vice-versa). Se aquela pessoa não decidiu ter uma experiência com alguém do mesmo sexo ou do sexo oposto, apenas respeite e cale-se, pois não é seu lugar de voz.



7. Homossexuais não são bichos de estimação.

"Toda mulher precisa de um amigo gay!", obviamente que não, né?! Se você tem um amigo gay e super se dá bem com ele, parabéns para vocês, mas existe, sim a possibilidade de um homem hetero ser amigo de uma mulher também heterossexual. Inclusive, imaginar que amizade entre homens e mulheres hetero não existe é a melhor forma de admitir os heterossexuais são um bando de promíscuos que só pensa em sexo, mas julgar não é meu papel (só dizendo).
Não trate os gays como se fossem um animalzinho de estimação, não reforce a ideia estereotipada de que ter um amigo gay é possuir um personal stylist, um cabeleireiro de plantão ou até mesmo um psicologo de balada que vai te animar o tempo todo.
Lembre-se que nem todos os homossexuais são iguais e tem vários por ai que não sabem nem para onde vai uma escova de cabelo (eu, por exemplo), tem milhares de gays que não se importam com combinações de roupas e muitos de nós não são 100% animados e dispostos a estarem em baladas com vocês. Ah, e essa história de que todo gay é sincero é mentira, tá várias FALÇAS entre nós.



8. Nunca arranque alguém do armário.

Num contexto onde você ficou sabendo que fulano é gay, mas outra boa parte do meio social de vocês não sabe, o melhor que você tem a fazer é ficar caladinho; cada pessoa tem seu tempo, cada gay ou lésbica vem de uma realidade diferente e o fato de você saber que aquela pessoa é homossexual não lhe dá o direito de vasculhar a vida intima da pessoa e espalhar aos quatro ventos a situação. Se você acredita que arrancar alguém do armário é a maneira mais adequada para que ela viva uma vida mais plena e feliz, linda, você tá errando feio, tá errando rude. Sem conhecimento prévio da situação da pessoa, acredito que você ajuda muito mais respeitando o tempo do individuo do que espalhando e especulando sobre sua sexualidade.



Para finalizar, queria contar que uma vez uma fã perguntou a J.K. Rowling, autora da série de livros do bruxo Harry Potter, se era verdade mesmo se Dumbledore era gay ou era apenas uma jogada de marketing, segundo a fã, ela não conseguiu ver a homossexualidade do bruxão. A resposta da autora foi muito simples, ela disse ao mais ou menso assim: "Ele é gay. Talvez você não enxergue, porque homossexuais são exatamente iguais a qualquer outra pessoa", eu penso que J. K resumiu muito bem tudo que eu gostaria de explicar. Nós homossexuais somos igual a qualquer outra pessoa, a única diferença é que o mundo (sem generalização) não enxerga dessa maneira.
Se você quiser insistir que sua religião diz isso ou aquilo sugiro também que você deixe o que é de Deus com Deus, não é sua função ser juiz da orientação sexual dos outros, por que está escrito na Bíblia: "Não julgueis, para que não sejais julgados." (Mateus 7:1).

Se faz diferença para você que seu vizinho, parente ou colega trabalho ou faculdade se relaciona com alguém do mesmo sexo, procure ajuda médica (psicologo) você não está bem.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Gratidão Não é Escravidão

Eu admiro muito qualquer pessoa que consiga se desprender de valores egoístas para prestar um beneficio a quem precisa; seja essa pessoa necessitada alguém da família, amigos ou até mesmo um desconhecido no meio da rua ou na África. Ter empatia/alteridade e ser capaz de ajudar alguém é sem sombras de dúvidas uma qualidade que diversas pessoas poderiam desenvolver para que o mundo se tornasse um lugar melhor, mas como em toda história, a gratidão também tem seu "lado B", e é sobre isso que quero desabafar.


É com muito incomodo que eu tenho observado que há uma tentativa de usar a gratidão com forma de dominação e opressão. A dita "ingratidão" é tida como a falta de reciprocidade, como se ficasse pairando no ar o sentimento de que se você ajudar alguém automaticamente essa pessoa tivesse a obrigação de se tornar serviu; uma especie de dívida eterna é criada entre os dois indivíduos. Porém, acredito que o principio básico de quem decide ajudar ao próximo seja a não necessidade de que haja algo em troca.

Se esperamos algo em troca daqueles a quem damos auxilio, a gratidão (destorcida) se transforma numa moeda de troca. Se alguém lhe estende a mão com interesse de retorno, isso não é generosidade ou altruísmo o nome disso é utilitarismo, é aproveitar-se, não é uma ação espontânea desprendida de interesses. Observe as pessoas que te ajudaram algum dia, se algum deles agiu esperando reciprocidade, mesmo com o reconhecimento desda ajuda, irá pairar o sentimento de cobrança, como se existisse uma débito entre vocês; quando o auxilio vem carregado de interesse a resposta emocional é o sentimento de libertar-se, pois nesse caso você foi escravizado sem perceber.

Sou grato por todos que me ajudam e me ajudaram até hoje, mas gratidão não envolve subserviência ou negação. O que eu quero dizer é que ser grato não significa que você necessita fazer tudo que lhe é pedido a fim de "pagar uma divida", até porque a gratidão é o pagamento do que é impagável. Por isso repito: gratidão não envolve reciprocidade. Não envolve retorno. Porque quem faz não espera nada em troca, ou pelo menos não deveria. Quem faz algo por alguém, sabe que o a recompensa do ato generoso é o prazer de exercer generosidade. Aquele que tem o coração bondoso se torna satisfeito por exalar o que é bom.

Que o Universo nos livre de todo forma de escrevidão e opressão!